O tráfico de drogas no México está surtindo efeitos que vão além das consequências 'comuns' da prática, como o aumento da violência e da dependência química - já conhecidas por todas as sociedades que tentam combater este tipo de crime. Atualmente, muitas igrejas também estão se tornando alvo de narcotraficantes nas cidades mexicanas.

Imagem redimensionadaSegundo um casal cristão, que lidera uma igreja no Estado de Morelos, cartéis de drogas estão cobrando "taxas" para que sua congregação e também outras continuem funcionando. As informações foram repassadas a um missionário e representante da Missão Portas Abertas no país.

“Ter que pagar aos cartéis de drogas para manter a igreja aberta tem sido algo muito comum nessa região”, explicou o líder da igreja, que já trabalha no México há mais de 15 anos e não teve o seu nome revelado por questões de segurança.

Apesar dessa forma de extorsão ser "comum" em diversas cidades do país, o líder cristão alertou que as denúncias são rejeitadas.

"De acordo com funcionários do governo, apenas 10% dos casos são formalmente levados ao tribunal. E essa é a ameaça mais significativa para a vida da igreja mexicana", disse o colaborador da Portas Abertas.

Sequestros

Além da extorsão, há também os sequestros - outra ameaça que tem amedrontado muitos cristãos.

"Essas atividades criminosas têm sido a maior fonte de renda dos traficantes e tem assustado os cristãos. Assisitir a um culto é uma prática perigosa. Os adoradores de Jesus também correm o risco de serem atacados violentamente a qualquer momento. Já existem áreas onde os cultos da igreja já não são mais permitidos”, alertou ele o missionário.

O colaborador da Missão Internacional também afirmou que a repressão dos narcotraficantes está causando até mesmo o fechamento de igrejas.

"Muitas igrejas já foram fechadas por ordem dos cartéis de drogas e há relatos de pessoas que foram obrigadas a informá-los sempre que visitam determinadas igrejas. Pregar o evangelho em lugares onde o crime organizado tem vantagem é realmente um empreendimento muito arriscado. Falar contra a injustiça, seja publicamente ou do púlpito pode resultar em várias formas de intimidação, até mesmo espancamentos, ataques a casas ou igrejas e assassinatos", explicou.

De acordo com fontes locais, na última década, cerca de 31 líderes cristãos já foram assassinados no México, possivelmente a mando do crime organizado.

Fonte: Guia-me