domingo, 9 de agosto de 2015

O ESPÍRITO SANTO


O Espírito Santo inspirou pessoalmente os autores dos livros da Bíblia para escreverem as Escrituras (2 Timóteo 3:16, 2 Pedro 1:20), e é na Bíblia que o Espírito Santo Se apresenta a nós como Pessoa divina. Isso é expressamente declarado (por exemplo) em João 14:16,17,26, 15:26, 16:7-15; Mateus 28:19, sendo esse fato implícito em toda a Bíblia. A revelação a Seu respeito é feita progressivamente como veremos a seguir:

NO VELHO TESTAMENTO

A personalidade e a divindade do Espírito Santo, também chamado Espírito de Deus, se revelam a partir dos Seus atributos e das Suas obras:
A Sua onipotência é evidenciada em Sua participação no trabalho da criação (Gênesis 1:2, Jó 26:13, 33:4; Salmo 104:30), bem como Sua onipresença (Salmo 139:7-18).
Em Seu relacionamento com a humanidade, Ele Se empenha (Gênesis 6:3), esclarece (Jó 32:8), imbui com capacidade construtiva e sabedoria (Juízes 3:10, 6:34, 11:29, 13:25), capacita pessoas a receber e proferir revelações divinas (Números 11:25; 2 Samuel 23:2) e, geralmente, outorga poder aos servos de Deus (Salmo 51:12; Joel 2:28; Miqueias 3:8; Zacarias 4:6).
O Espírito de Deus é santo (Salmo 51:11), é bom (Salmo 143:10), é justo e ardoroso (Isaías 4:4), tem toda a sabedoria e entendimento, fornece conselho e fortaleza, bem como o conhecimento e o temor do Senhor (Isaías 11:2), e é o Espírito de graça e de súplicas da parte do Senhor (Zacarias 12:10).
O Espírito de Deus é soberano, vindo como Lhe aprouver sobre os homens e até mesmo sobre um animal de carga, e não estabelece condições (como no Novo Testamento) para vir sobre alguém, muitas vezes inesperada e surpreendentemente.
O Velho Testamento contém a previsão de um futuro derramamento do Espírito do Senhor, o Deus de Israel, sobre Israel (Isaías 44:3) e "toda a carne" (Joel 2:28,29). A expectativa de Israel, portanto, era dupla: a vinda do Messias-Emanuel (ver Mateus 1:18), e de um derramamento do Espírito tal como fora profetizado. No dia de Pentecostes houve um cumprimento em parte (Atos 2:16), mas o seu cumprimento exato e por completo ainda está no futuro, no fim do período da Tribulação. A partir do arrebatamento da igreja entendemos que o Espírito Santo deixará de habitar nas pessoas (2 Tessalonicenses 2:6-7) até o início do milênio, quando então voltará novamente e a profecia de Joel será cumprida plenamente 

NO NOVO TESTAMENTO

A habitação permanente pelo Espírito Santo em todo crente é uma nova bênção vinda mediante o Novo Testamento, em consequência da morte e ressurreição de Cristo (João 7:39, 16:7, Atos 2:33, Gálatas 3:1-6).
O Senhor Jesus ensinou aos Seus discípulos: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13), mas no fim do Seu ministério, antes da Sua morte e ressurreição, Ele prometeu que Ele mesmo iria rogar ao Pai, e que em resposta à Sua oração o Espírito Santo viria para ficar com eles para sempre (João 14:16,17).
Na noite da Sua ressurreição Ele veio para os discípulos reunidos e soprou sobre eles dizendo: "Recebei o Espírito Santo" (João 20:22), mas os instruiu a aguardar até que o Espírito Santo descesse sobre eles (Lucas 24:49; Atos 1:8).
No dia de Pentecostes o Espírito Santo cumpriu essa promessa e veio sobre todos os crentes reunidos, assim sendo nEle batizada a primeira igreja de Cristo (Mateus 13:11, Atos 2:1-4).
Depois de Pentecostes, enquanto o Evangelho foi pregado apenas aos judeus e aos samaritanos, o Espírito Santo era transmitido aos que criam, pela imposição das mãos dos apóstolos (Atos 8:17; Atos 9:17 etc.). Mas quando Pedro abriu a porta do Reino aos gentios (Atos 10), o Espírito Santo, sem demora ou outra condição de fé, foi dada aos que creem (Atos 10:44, 11:15-18). Esta situação persiste até agora e continuará até o arrebatamento da igreja. Cada crente nasce de novo pelo Espírito (João 3:3-8; 1 João 5:1), e é habitado pelo Espírito, cuja presença faz com que o corpo do crente seja um templo (1 Coríntios 6:19; Romanos 8:9-15; 1 João 2:27; Gálatas 4:6), e é batizado pelo Espírito no corpo de Cristo (1 Coríntios 12:12,13; 1 João 2:20,27) e selado para Deus (Efésios 1:13; 4:30). É evidente, portanto, que não é apropriado para o crente pedir que o Espírito Santo venha sobre ele, pois isto já aconteceu na sua conversão, nem que o batize novamente.
O Novo Testamento distingue entre ter o Espírito, que é dado a todos os crentes, e ser cheio do Espírito, que não só é um privilégio de todo crente, mas também é seu dever (comparar Atos 2:4 com Atos 4:29-31, e Efésios 1:13,14 com Efésios 5:18-21). Na verdade há um só batismo, mas pode haver muitos “enchimentos".
O Espírito Santo “esteve” com o Senhor Jesus em Sua concepção (Mateus 1:18-20; Lucas 1:35), batismo (Mateus 3:16; Marcos 1:10; Lucas 3:22; João 1:32,33), ministério e serviço (Lucas 4:1,14), ressurreição (Romanos 8:11), e é a Sua Testemunha por todo o tempo atual (João 15:26; João 16:8-11,13,14).
A verdadeira igreja, composta da totalidade das pessoas regeneradas desde o dia do Pentecostes até a primeira ressurreição (1 Coríntios 12:12, 13), unidas entre si e a Cristo mediante o batismo com o Espírito Santo (1 Coríntios 12:12,13) é o corpo de Cristo do qual Ele é a Cabeça (Efésios 1:22,23). Como tal, a igreja é um templo sagrado para a habitação de Deus através do Espírito (1 Coríntios 3:16,17, Efésios 2:21,22), é "uma só carne" com Cristo (Efésios 5:30,31) e está desposada com Ele como uma virgem pura a um marido (2 Coríntios 11:2-4). Ao batizar todos os crentes no corpo de Cristo (1 Coríntios 12:12,13) Ele transmite dons para o serviço de todos os membros desse corpo (1 Coríntios 12:7-11,27,30), guia os membros em seu serviço (Lucas 2:27; Lucas 4:1; Atos 16:6,7) e Ele próprio é o poder desse serviço (Atos 1:8; Atos 2:4; 1 Coríntios 2:4). Não cabe, portanto, rogar a Deus para que envie Seu Espírito sobre uma igreja local, pois ela já é o Seu templo e faz parte da igreja universal.
O Senhor Jesus indicou os três aspectos do relacionamento entre o Espírito Santo e o crente:
  1. Faz a aproximação de Deus ao homem, habitando com ele (João 14:17), convencendo-o do pecado (João 16:9), e anunciando Cristo como o objeto da fé (João 16:14). Esta aproximação se faz mediante a leitura e exposição da Sua Palavra, simbolizada por água (João 3:5, Efésios 5:26, 1 João 5:8), e o pregador (Romanos 10:14).
  2. Entra no coração do pecador arrependido que se converte para dar-lhe fé para salvação (Efésios 2:8) e regeneração (João 3:3-16). Continua permanecendo no crente (1 Coríntios 6:19), para lhe dar vitória sobre a carne (Romanos 8:2-9; Gálatas 5:16,17), para criar o caráter cristão (Gálatas 5:22,23), para ajudar nas fraquezas (Romanos 8:26), para inspirar a oração (Efésios 6:18), para dar acesso consciente a Deus (Efésios 2:18), para efetivar a filiação do crente (Gálatas 4:6).
  3. Sustenta o crente com a Sua Palavra que, como água, usa para sua limpeza e santificação (Efésios 5:26; 2 Tessalonicenses 2:13; 1 Pedro 1:2); ajuda na fraqueza e intercede por ele (Romanos 8:26); multiplica a igreja (Atos 9:31), glorifica Cristo (João 16: 14) e concede-lhe dons espirituais para a edificação da igreja (1 Coríntios 12:9, 14:12).
Encontramos na Bíblia os seguintes pecados contra o Espírito Santo:
  1. Pelos incrédulos, para os quais não haverá perdão: blasfêmia (Mateus 12:31), resistência (Atos 7:51) e insulto (Hebreus 10:29).
  2. Pelos crentes: o permissivismo para que o mal entre no coração ou na vida, assim entristecendo-O (Efésios 4:30,31); a desobediência à Sua Palavra, que extingue a Sua ação (1 Tessalonicenses 5:19). A atitude correta para com o Espírito é aceitar e permitir a Sua influência na caminhada da vida e no serviço a Deus, e em sempre aceitar o Seu repúdio ao que Lhe entristece ou prejudica o Seu poder (Efésios 4:31).
O Espírito Santo é simbolizado, em Sua Palavra, por óleo ou azeite (Mateus 25:3-8, Hebreus 1:9), João 3:34; Habacuque 1:9), água (João 7:38,39), vento (Atos 2:2; João 3:8), fogo (Atos 2:3), uma pomba (Mateus 3:16), um selo (Efésios 1:13; 4:30), ou um penhor ou promessa (Efésios 1:14).
Este breve e conciso relato obviamente não pretende compreender toda a extensão da revelação de Deus na excelsa Pessoa do Espírito Santo, mas esperamos que venha a ser útil para mais estudo e ensino, bem como uma base para contestação das falsas doutrinas que temos que enfrentar em nossos dias.

SINAIS E AS MARAVILHAS

Joel 2:28 a 32

Esta passagem da profecia de Joel começa com as palavras “acontecerá depois”, e isto é depois do início do milênio, quando o SENHOR estará no meio de Israel, como é mencionado no versículo anterior.
A profecia de Joel se inicia descrevendo uma praga assustadora de gafanhotos, uma catástrofe futura identificada agora como o Dia do SENHOR. O Dia do SENHOR vai começar com o período da Tribulação, depois do qual Cristo virá e estabelecerá o Seu reino sobre a terra. No versículo 27 aprendemos que o Senhor a essa altura estará no meio de Israel.
Segundo o Dr. Charles L. Feinberg, um cristão judeu e acadêmico judaico, “os versículos 28 a 32 formam o capítulo 3 do texto hebraico; e o capítulo 3 é o capítulo 4 do original. Ninguém vai estar inclinado a duvidar que a divulgação da verdade em Joel 2:28 a 32 é de importância suficiente para justificar um capítulo específico para essa passagem”.
É muito importante notar a ocasião do cumprimento da profecia indicada nesta passagem, porque a citação deste versículo feita por Pedro em Atos 2:16-21 no dia de Pentecostes deu margem para uma interpretação incorreta por algumas pessoas. Esta profecia foi usada por Pedro em sua resposta aos cínicos, ao incrédulos e ao escarnecedores. Seu propósito ao citá-lo foi para mostrar que o que estava acontecendo naquele dia era semelhante ao que havia sido profetizado por Joel para acontecer nos últimos dias. "Isto é o que," significa “isto é semelhante a” ou “isto é como aquilo”. Ele não disse que era o cumprimento real da profecia.
Aqueles críticos só podiam pensar em embriaguez como explicação para o fato de todos ouvirem os discípulos falar das maravilhas de Deus em sua própria língua. Mas Pedro lembrou-os desta profecia até ao final, tornando evidente que não pretendia dizer que tinha sido cumprida. Ninguém podia afirmar que no Dia de Pentecostes o sol se convertera em trevas, e a lua em sangue, nem que se verificaram prodígios em cima no céu, e sinais embaixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumaça. Isto ainda virá a acontecer no tempo certo de Deus.
Sendo o primeiro dos profetas escritores, Joel apresentou o conceito de "Dia do SENHOR", e nos disse algo do que vai ocorrer durante esse período. Também salientou o fato que ele se iniciará com as trevas do período da Grande Tribulação (foi nosso Senhor Jesus que lhe deu este nome).
Tempos mais tarde o profeta Oseias explicou “Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e com temor chegarão nos últimos dias ao Senhor, e à sua bondade” (Oseias 3:5). Osúltimos dias são identificados como o tempo ao fim da Grande Tribulação que introduz o Reino com a vinda de Cristo na terra, que é o início do milênio. Isto nos leva a concluir que Joel referia-se a um período de tempo bem definido, em que esta profecia será cumprida durante o Dia do SENHOR, depois da noite do período da Grande Tribulação. Então Deus derramará o Seu Espírito sobre toda a carne.
Quando isso acontecer, a geração mais jovem profetizará e terá visões e os homens de mais idade terão sonhos: serão manifestações sobrenaturais. Encontramos outras referências ao derramamento do Espírito Santo nos últimos dias em profecias posteriores, por exemplo:
  • “... Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto, e o deserto se torne em campo fértil, e o campo fértil seja reputado por um bosque. Então o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no campo fértil. E a obra da justiça será paz; e o efeito da justiça será sossego e segurança para sempre. O meu povo habitará em morada de paz, em moradas bem seguras, e em lugares quietos de descanso” (Isaías 32:15-18). Esta se refere ao Reino que virá sobre a terra, e ao derramamento do Espírito no milênio. Obviamente nenhum dos profetas falou do período em que a igreja de Cristo estaria sobre a terra, pois sua existência não lhes tinha sido revelada; todos falaram sobre os últimos dias concernentes à nação de Israel.
  • Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis. E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus” (Ezequiel 36:27-28). Trata-se de um certo povo e de uma terra especial: Israel. É também um determinado período de tempo quando Deus derramará o Seu Espírito.
  • E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor” (Ezequiel 37:14).
  • Nem lhes esconderei mais o meu rosto; pois derramei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus” (Ezequiel 39:29).
  • Zacarias foi um dos últimos profetas a escrever. Lemos “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem traspassaram, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito...” (Zacarias 12:10).
Os versículos 30 e 31 de Joel 2 voltam ao tempo antes da chegada do grande e terrível Dia do SENHOR. Como acontece com frequência na Bíblia, os acontecimentos não são relatados em ordem estritamente cronológica, dando-se mais importância ao assunto do que à obediência à sequência do tempo. Joel anuncia maravilhas nos céus e na terra, como trevas resultantes de poluição atmosférica, que ocorrerão antes da tribulação dos últimos dias.
Profecias que foram escritas mais tarde também nos informam de guerras mundiais (Mateus 24:4-8), da formação da nação de Israel (Ezequiel 20:33-38), da tentativa de invasão de Israel (Ezequiel 38:1 - 39:16), de paz entre as nações (1 Tessalonicenses 5:1-3), de um governo mundial partido em doze reinos (Daniel 7:24), do aparecimento da besta, ou anticristo (2 Tessalonicenses 2:1-3), do acordo de sete anos entre ele e a nação de Israel (Daniel 9:27), da volta de Elias (Malaquias 4:5-6), do arrebatamento da igreja de Cristo (1 Tessalonicenses 4:16-17, etc.).
O versículo final desta passagem nos diz “que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo: pois no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento”. A mensagem de salvação no nome do Senhor foi anunciada já naqueles primeiros tempos de profecia – cerca de mil anos mais tarde ela foi esclarecida quando o Senhor Jesus, o Messias, veio ao mundo e deu o Seu sangue para que todos os que confiam em seu Nome possam ser salvos.
Pedro usou a profecia de Joel para responder aos que estavam zombando da maravilha do Evangelho ser pregado em vários idiomas desconhecidos aos que falavam. O assunto do discurso de Pedro, no entanto, foi a ressurreição do Senhor Jesus Cristo: “Ora, a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis” (Atos 2:32-33). A exortação de Pedro àquela gente foi: “salvai-vos desta geração perversa”.
Somos levados a pensar pela profecia de Joel e muitas outras passagens que o mais grandioso tempo de salvação ainda está no futuro. Spurgeon disse que cria que Deus ganharia mais almas para Si do que as que se perderiam. Quando Cristo vier para estabelecer o Seu reino, será quando mais pessoas se voltarão a Deus do que a qualquer outra época do mundo.
Também haverá muitas conversões ao Senhor durante o período da tribulação, talvez muito mais do que durante a época da igreja. Haverá grande perseguição, e a multidão de crentes que se tornarão mártires durante aquele tempo é mencionada no Apocalipse (7:9-14) : “Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e em presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos; e clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e dos anciãos e dos quatro seres viventes, e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus, dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém. E um dos anciãos me perguntou: Estes que trajam as compridas vestes brancas, quem são eles e donde vieram? Respondi-lhe: Meu Senhor, tu sabes. Disse-me ele: Estes são os que vêm da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”
A partir do arrebatamento da igreja, porém, parece que o Espírito Santo será retirado do mundo, no sentido de habitar nas pessoas (2 Tessalonicenses 2:6-7), até quando houver novo derramamento no início do milênio, como foi profetizado por Joel.

A origem das primeiras comunidades cristãs nos Atos dos Apóstolos

As primeiras comunidades cristãs é sem dúvida, indispensável ponto de apoio e animação de nossas comunidades. Este tema foi desenvolvido fundamentando-se a luz dos Atos dos Apóstolos.As primeiras comunidades cristãs no livro dos Atos aparecem constituídas por várias comunidades. 

Todas elas se formaram e se organizaram vivendo a experiência do Cristo Ressuscitado, a experiência fraterna, fração do pão, oração, fidelidade ao ensinamento dos apóstolos e a Palavra de Deus. Lucas em sua narrativa dos Atos dos Apóstolos mostra o que aconteceu com os Apóstolos, aos quais Jesus tinha deixado o encargo de continuar no mundo a sua missão. (Atos 1,8). 

 Os Atos dos Apóstolos descrevem a ação do Espírito Santo, do testemunho dos Apóstolos, da fundação e da organização das primeiras comunidades, narra o que os primeiros cristãos fizeram e suportaram por serem fiéis ao Senhor ressuscitado: suas lutas, sofrimentos, alegrias, perseguições, e a missão de levar adiante a evangelização. Lucas também relata que Jesus conseguiu formar uma comunidade como aqueles homens (apóstolos).

 Fez com que os apóstolos concebessem a vida da seguinte maneira: Jesus seria eixo central da vida deles. Sem Jesus ressuscitado a vida perderia todo o sentido.

 As primeiras comunidades cristãs na verdade constituíam o grupo dos seguidores de Jesus (Atos 1,15) de dirigentes reconhecidos (Atos 1,13) uma comunidade que realiza suas reuniões (Atos 1,15ss; 2,1; 12,12) e faz no mesmo lugar sua oração cotidiana (Atos 2,46) vivem em unânime comunhão (4,32) praticando a fé, a unidade e a partilha de bens (Atos 2,44ss; 4,32; 4,34-37; e o capítulo 5) de sorte a merecer a estima de todo o povo (Atos 2,47). Nas primeiras comunidades cristãs a comunhão fraterna manifesta-se externamente na aceitação dos demais, na partilha dos bens e na distribuição dos serviços. As primeiras comunidades cristãs não se fecham em si mesma, mas abrem-se a universalidade do testemunho do anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo morto e ressuscitado. (Atos 2,10; 15,21). 

 Estudo de textos dos Atos dos Apóstolos que falam das primeiras comunidades. A partir dos textos dos Atos dos Apóstolos que Lucas descreve, buscamos os elementos constitutivos para entender como as primeiras comunidades se organizaram e foram à primeira tentativa de viver o projeto de Jesus. No elenco de textos a seguir serão apontados os elementos constitutivos das primeiras comunidades. Atos 2,42-47: - Era um grupo de fiéis ao ensinamento dos apóstolos. - Fiéis na comunhão fraterna - Nas orações diárias, no templo em casa. - Na fração do pão. - Vendiam seus bens, dividiam segundo as necessidades. - No templo, nas casas com alegrias e simplicidade de coração. - Louvavam a Deus e atraíam a simpatia do povo -

 A cada dia o Senhor acrescentava mais pessoas, ao número deles. Atos 2,32-35 - As primeiras comunidades cristãs eram um só coração e uma só alma. - Tudo entre eles era comum. - Aceitação do Testemunho dos Apóstolos. - Não havia necessitados entre eles. - Vendiam seus bens e os depositavam aos pés dos apóstolos. - Distribuição a cada um segundo a sua necessidade. Atos 5,12-16 - Todos se reuniam no pórtico de Salomão. - Mais e mais aderiam ao Senhor pela fé no Jesus morto e ressuscitado. - Doentes eram curados pelos apóstolos. Atos 8,4-8 - Anúncio da boa nova. - A cura pela pregação dos Apóstolos. - Grande alegria na Comunidade. 

 Atos 9,31-38 As comunidades cristãs viviam no temor do Senhor. Pessoas eram curadas. Nas primeiras comunidades cristãs vivia-se a paz e se edificaram mutuamente. Atos 11,19-30 - Anúncio da Boa Nova de Jesus. -

 Fundação da comunidade em Antioquia. - Fidelidade a Deus. - Reconhecimento da graça de Deus. - Ajuda aos irmãos necessitados. - Primeira vez são chamados de cristãos. Atos 13,2-5 - Enviados pelo Espírito Santo. - Anunciar a palavra de Deus na sinagoga dos judeus. - Orar e Jejuar. - Imposição das mãos - Envio para a missão do anúncio de Jesus morto e ressuscitado. Atos 14,21-28 - Oravam - Anunciavam a Palavra de Deus - Evangelizavam - Exortavam: É necessário passar por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus. - Fidelidade à palavra de Deus. - Nas comunidades constituíam presbíteros pela imposição das mãos, orações e jejum. - Ao voltarem recontava a todos as atividades e agradeciam a Deus. Atos 15,1-6. 22 - Anúncio da Palavra de Deus. - Relato do que Deus tinha feito. - A questão da Circuncisão aos gentios. - A escolha em comunidade de homens para auxiliá-los na pregação, Judas e Silas. Estudo de Textos dos Atos dos Apóstolos que nos mostram a força e a unanimidade das comunidades. 

 Uma vez localizados os textos que falam das primeiras comunidades e identificando seus elementos característicos, passamos para um segundo passo na abordagem dos textos, destacando elementos como a força de coesão interna do grupo e a unanimidade, vejamos estes textos: Atos 1,14: “Todos unânimes eram assíduos na oração com algumas mulheres, entre as quais a mãe de Jesus e os irmãos dele” Atos 1,15b: “...o número das pessoas era de cento e vinte”. Atos 2,41: “Eles acompanhavam sua palavra receberam o batismo. E naquele dia foram agregadas mais o menos três mil pessoas”. Atos 2,46ss: “Dia após dia unânimes, frequentavam o templo” .... Atos 4,4: “Todavia muitos daqueles que tinham ouvido a palavra, abraçaram a fé, e o número dos fiéis, contando somente os homens atingiu mais ou menos cinco mil”. Atos 4,33: “Com muito vigor, os apóstolos davam o testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E todos eles tinham grande aceitação”. Atos 5,14: “Aderiam ao Senhor fiéis em número cada vez maior uma multidão de homens e mulheres”. Atos 6,7: “E a palavra do Senhor crescia.

 O número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém, e um número de sacerdotes obedeciam a fé”. Atos 9,31: “As Igrejas gozavam de paz em toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Tomavam incremento e viviam no temor do Senhor, repletas da consolação do Espírito Santo”.
 Atos 9,42: “Espalhou-se a notícia em toda a Jope, e muitos creram no Senhor”. Atos 11,21: “A mão do Senhor estava com eles e bom número abraçou a fé e converteu-se ao Senhor”. Atos 12,24: “A Palavra de Deus, contudo, crescia e se multiplicava”. Atos 13,48: “Muito alegres por estas palavras, os gentios glorificavam a palavra do Senhor e todos aqueles que eram destinados à vida eterna abraçaram a fé”. Atos 14,1: “Também em Icônio, entraram na sinagoga dos Judeus e falaram de tal sorte que uma multidão de judeus e de gregos abraçaram a fé”. Atos 14,21: “Depois de terem evangelizado esta cidade, e de ter feito bom número de discípulos, voltaram a Listra, Icônio e Antioquia”. Atos 15,36: “Algum tempo depois Paulo disse a Barnabé voltemos a visitar os irmãos por todas as cidades onde anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão”. Atos 16,5: “Assim as Igreja se confirmavam na fé e cresciam em número, de dia para dia”. Atos 17,12: “Muitos dentre eles abraçaram a fé, assim como, dentre os gregos, damas de distinção e muitos homens”. Atos 19,20: “Assim a palavra do Senhor crescia e ia-se confirmando poderosamente”. Observação:estes textos são segundo a Bíblia de Jerusalém. 

 Tentativa de abordagem com a chamada leitura dos 4 lados para destacar os elementos fundantes das primeiras comunidades e que iluminam as comunidades de hoje. Lado Social das Primeiras Comunidades Cristãs. Um terceiro passo na abordagem dos textos é destacar os quatro lados da vivência das primeiras comunidades. Esta abordagem fornecerá elementos para entendermos a força do projeto tranformador de Jesus e seu ensinamento e como as primeiras comunidades passam a ser um modelo insuperável de vivência do projeto de Jesus na sociedade de hoje. Na narrativa dos Atos dos Apóstolos o evangelista Lucas idealiza as primeiras comunidades cristãs partindo do Plano de Deus, antigo testamentário. 

As características das primeiras comunidades cristãs se formam seguindo os ensinamentos propostos pelos Apóstolos na tentativa de viver segundo o projeto de Jesus. Seus elementos assim se constituem: Comunhão fraterna. Nova maneira de orar no templo e nas casas. Viviam na simplicidade e pobreza, todos tinham os mesmos direitos, os bens que possuíam eram de uso comum. 

 Os que abraçavam a fé era gente simples. Fato excepcional é narrado por Lucas como algo extraordinário a conversão de bom número de Senhoras da alta sociedade. Atos 17,4. Entre elas também existiam pessoas ricas, Lucas descreve a família de João Marcos, (mais adiante se torna o evangelista Marcos) em Jerusalém, a família possuía uma grande casa onde cabia muita gente (12,13). A comunidade cristã se reunia para rezar e celebrava a eucaristia. Certo é que, os ricos não criavam problemas no seio da comunidade. Aparece um caso interessante de partilha entre ricos e pobres. (Atos 18,26) Onde um elemento qualificado, Apolo, aceita ser catequizado por um casal (Áquila e Priscila). 

 A comunhão e a hospitalidade com os apóstolos é um elemento marcante entre eles, comunhão com os apóstolos, todos rezavam para libertação de Pedro e ele é liberto. (Atos 12, 5-11). Paulo é socorrido pelos irmãos em varias oportunidades. Atos 9,23-25 Atos 14,20 Atos 23,16 1. Hospitalidade: Nas famílias: Atos 9,43 Atos 16,15 Atos 16,34 Atos 18,03 Atos 21,8 Na Comunidade: Atos 21,8 As comunidades não são fechadas sobre si mesmas. Havia permanente contato entre elas, por meio de cartas e de pregadores intermediários. Paulo e seus companheiros percorriam as Igrejas para ver como estavam e os confirmava. (Atos 15,41) Lado econômico das primeiras comunidades cristãs. A partilha põe fim à descriminação social, com isso se vence a paralisia da indigência. 

O critério da partilha é muito objetivo: é a necessidade de cada um. (Ex 16; Jo 6,1-5) Essa necessidade decreta a lei da vida comunitária (Dt 15,4; Lc 1,53; Sl 107,9) A exigência de se suprir, as necessidades humanas é um direito somente possível em uma sociedade que se impõem como exigência. A não observância do compromisso comunitário põe por terra a estrutura econômica. (Atos 5,1ss). O possuir em comum as realidades espirituais redundava na partilha dos bens materiais, Atos 4,36-37, de modo que não havia entre eles as barreiras das desigualdades sociais (Atos 10,34) Desigualdades significam o rompimento da aliança com Deus. 

A mentira é um ato diabólico que equivale mentir ao próprio Espírito Santo, incorrendo naquele pecado sem perdão. Lado religioso das primeiras comunidades cristãs. Ao olharmos no livro dos Atos dos Apóstolos o lado religioso das primeiras comunidades, percebemos que o primeiro retrato da comunidade (Atos 1,13-14) é de um grupo unido e orando. Rezavam em conjunto, a espera do espírito prometido por Jesus. Aparece então pela primeira vez a palavra “omothymadon” (literalmente, mesma alma, unânimes) que neste e em outros lugares (Atos 4,24; 5,12; 8,6) vai exprimir a união dos cristãos, chamada “koinonia” (Comunhão) em (Atos 2,42). 

 Os cristãos eram fiéis à escuta da palavra de Deus, na celebração da eucaristia e nos encontros de oração. A estrutura da Igreja primitiva estava sempre em função de deveres essenciais que eram: anunciar a palavra de Deus, animar a comunidade, assistir os pobres. A oração e o jejum eram práticas efetivas nos momentos decisivos da comunidade (Atos 13,3s) como por exemplo na hora de escolher os seus representantes. Também a certeza da presença do Espírito Santo era identificada pela força, que os animava e fortificava. Pedro chama a todos para receberem um batismo para a remissão dos pecados, um batismo no Espírito Santo.

 Um batismo que exige a conversão. Ele é o testemunho disso. A partir do seu testemunho, vem o apelo à conversão. Essa supõe que a pessoa reconheça o seu pecado, apague o sentimento de auto suficiência, mude de vida, rompa com a maneira de viver da geração perversa. O batismo e dom do Espírito Santo estão intimamente ligados. Batismo é o mergulho na solidariedade da miséria. Dom do Espírito Santo é salto para uma vida nova numa comunidade de iguais, que testemunham concretamente a novidade da ressurreição e da presença do Espírito. Entrar na comunidade e receber o dom do Espírito Santo e a mesma coisa. 

 Converter-se é passar a viver a comunhão fraterna (Atos 4,36-37) passar da dispersão do pecado para a comunhão salvífica. Lado político das primeiras comunidades cristãs. No livro dos Atos dos Apóstolos quando analisarmos o lado político na organização das primeiras comunidades percebemos que a maneira de viver da comunidade primitiva, partilha, oração, unidade, põem por terra os valores vigentes da sociedade. Por exemplo, sem Templo, vai-se formar um povo reconciliado alegre, simples, com consciência de que são a “Casa de Deus”, e isso ninguém lhes pode arrancar. Lucas retoma o projeto igualitário e fraterno. Esse novo estilo de vida atrai a simpatia e muitos, o movimento cresce com gente de todas as partes do mundo. 

 A vida unânime e partilhada mudaria o rumo da sociedade. A partir de Jesus ressuscitado e presente é restaurada a prática de uma sociedade dentro do projeto de Deus. São curadas as relações sociais e vencida a paralisia da indigência Desobedecer ou a infidelidade ao compromisso da comunidade é ser infiel (mentir) ao Espírito Santo. A comunidade e como a nova arca da aliança. Deve ser mantida a salvo de qualquer manipulação. “Sendo Satã o pai da mentira, mentir à comunidade tem algo de diabólico e constitui um sacrilégio sem remissão”. (Caso de Ananias e Safira Atos 5,1) Eram líderes democráticos, não ordenavam, mas estimulava, animavam, encorajavam (Atos 11,23; 13,43; 14,21s; 15,41; 18,23), a autoridade encarna o modelo participativo descentralizador, que promove a corresponsabilidade.
 O poder de subsidiaridade era um constante, a eleição de diáconos confirma isso em Atos 6,1s. Entre as comunidades haviam três modelos que se destacavam a de Jerusalé
m, a de Antioquia e a doméstica. Comunidade de Jerusalém:(Atos 6,1-6; 11,27-30). Esta se caracteriza por uma organização pluralista e descentralizada. Um pai de família podia exercer o papel de animador da comunidade. Comunidade de Antioquia:esta se caracterizava por um grupo de animadores, profetas, doutores e catequistas. Comunidade doméstica:O destaque é a liderança das mulheres ocupavam um lugar importante, elas sempre ocupavam por primeiro os serviços (Atos 1,14; 16,40). Alguns elementos constitutivos das primeiras comunidades cristãs que brotam dos textos estudados. Depois de percorrermos todos estes textos do livro de Atos, surgiram elementos que poderão caracterizar as primeiras comunidades. Olhemos com atenção estas constantes do texto do livro dos Atos dos Apóstolos: 1. 
Os primeiros cristãos eram fiéis: Na doutrina dos apóstolos Na escuta da palavra de Deus Nos encontros de oração ou no culto. (Atos 2,42). 1. Os primeiros cristãos “tinham tudo em comum”: Retoma o projeto igualitário e fraterno (Atos 2,42). Comunhão de bens. Não havia necessitados. 1. Os primeiros cristãos tinham faltas: Caso Ananias e Safira- enganar a comunidade (Atos 5,1) Os desentendimentos entre diferentes grupos e tendências a propósito do cuidado das viúvas de uns e outros. Atos 6,1ss. Conflito com os cristãos convertidos do judaísmo e ainda apegados a tradições. (Atos 15,10) É a briga de Paulo e Barnabé. (Atos 15,36) 1. 
Os primeiros cristãos sofriam perseguições: Indignados de que ensinavam ao povo e anunciassem cumprida em Jesus a ressurreição dos mortos, prenderam-nos e os colocaram na prisão até a manhã seguinte por que já era tarde. Levantaram-se o sumo sacerdote e todos os seus partidários, isto é, a seita do saduceus, cheios de inveja e prenderam os apóstolos, metendo-os na cadeia. (Atos 5,17-18) Estevão acusa Israel de pecado e foi preso levado perante o tribunal, ou o conselho. (Atos 6,8-15) Estevão é levado fora da cidade e apedrejado. (Atos 7,54) Saulo aprovava a morte de Estevão. Naquele dia começou grande perseguição contra a igreja de Jerusalém (Atos 8,1) Saulo, porém, só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. (Atos 9,1) Naquele tempo, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para torturá-los. Conclusão: Hoje os cristãos lutam por uma sociedade mais adequada ao Projeto de Deus, para isto sabem que precisam mudar a forma de ser Igreja voltar a fonte do Evangelho e as primeiras comunidades. A igreja não é estanque, precisa de adaptar as mudanças da sociedade, mas mantendo-se fiel a Jesus Cristo e ao Espírito Santo.
 As primeiras Comunidades dos cristãos é um exemplo disso, foi crescendo, descobrindo e aperfeiçoando a caminhada, podemos citar como exemplos: Assistência às viúvas dos gregos. (Atos 6,1-6) Pedro rompeu com a tradição e abriu a Igreja para a liberdade. (Atos 10,28). O desentendimento entre os tradicionalistas (apegado a uma Igreja de Judeus) e o que defendiam a liberdade de Espírito foi o motivo para uma grande assembleia. (Atos 15,1-30) Continuando o conflito Paulo enfrenta Pedro. (Gal 2) Formas diferentes de ser Igreja dependem, portanto, da adaptação aos sinais dos tempos. O concílio Vaticano II (estamos completando 50 anos de sua abertura) abriu a Igreja para o mundo de hoje. Assim como no conflito entre judeus e gentios, também no conflito hoje a Igreja deve tomar posição, por ser fiel ao Evangelho e o Espírito Santo, para isso se tornando sempre mais uma Igreja de pobres. A Igreja dos judeus não tinha espaço para os gentios; a Igrejas dos gentios continuou aberta para os judeus. As Cebs são expressão da igreja que nasce no meio dos pobres. Trata-se de uma nova maneira de ser igreja, porque vai ter de assumir o jeito de viver dos pobre e o grande projeto de libertação dos pobres tendo vem vista uma sociedade justa onde não haja mais rico nem pobres, mas todos irmãos. Tudo isso implica em grandes mudanças dentro da própria Igreja que não é mais o Papa, Bispos e padres, mas comunidade de todos irmãos onde:
 Concluindo: Os Atos dos Apóstolos indica uma Igreja que vive o Projeto de Jesus 1 - Relações de fraternidade, de mútua ajuda e onde se dê o reconhecimento de homem pelo homem;
 2 - A palavra de Deus (a Bíblia) ocupe o centro da vida eclesial;
 3 - Tenha abertura, caridade e justiça em todas as direções.
 4 - É constituída majoritariamente de pobres.
 5 - A oração comunitária é encarnada, embebida da palavra de Deus é criativa, seja uma constante;
 6 - onde a mulher encontre o seu lugar para participar e decidir.
 7 - A organização eclesial seja participativa; 
8 - Isto constitui para nós, agentes, um grande desafio que deve nos impulsionar a uma busca incessante de acertar junto ao povo, retomando o Espírito inicial de nossa Igreja. 


 Referências: VV.AA. Uma leitura dos Atos, cadernos Bíblicos 19, Edições Paulinas, São Paulo, 1983 VV.AA. Atos dos Apóstolos: Ontem e Hoje, estudos Bíblicos 03, Vozes, Petrópolis, 1985 FABRIS, R., Atos dos Apóstolos, Edições Paulinas, São Paulo, 1983 VV.AA. Evangelhos Sinóticos e Atos, Edições Paulinas, São Paulo, 1983 CEBI, Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, Roteiros para reflexão VIII, Cebi publicações, São Leopoldo, 1999. CNBB, Curso Bíblico Popular Atos dos Apóstolos 1-15, Paulinas, São Paulo, 2001. http://www.abiblia.org/ver.php?id=7137

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