sábado, 9 de maio de 2015

FELIZ DIA DAS MÃES A TODAS MAMÃES .

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A interpretação das narrativas do Antigo Testamento

A interpretação das narrativas do Antigo Testamento

A narrativa é o gênero literário que mais aparece na Bíblia. Mais de 40 por cento do Antigo Testamento é composto por narrativas. Além disso, no Novo Testamento, grandes porções dos Evangelhos são narrativas, e o próprio livro de Atos, praticamente inteiro, é uma narrativa.
Cremos que a Bíblia é inspirada por Deus, então devemos crer que o Espírito Santo sabia o que estava fazendo quando moveu seus autores a escrever em forma de narrativa, e que este estilo de escrita serve aos propósitos revelatórios de Deus a seu povo.
Então, o assunto desta aula será como fazer um uso apropriado destas narrativas em nosso serviço a Deus.

1 A Natureza das narrativas

1.1 O que são as narrativas do Antigo Testamento
Narrativas são histórias. Porém a palavra história, hoje, tem um sentido de ficção, algo imaginário, como uma “historinha” na hora de dormir, ou uma “estória de aventura”. A Bíblia não é nada disso, pois se trata de verdadeira história de Deus, de seu povo, de como os guiou e guardou. Muito mais do qualquer história épica fictícia, este é o relato verdadeiro de como Deus se revelou na história do ser humano. Por isso o termo narrativa fica mais objetivo e menos prejudicial para descrevermos as ações de Deus na história.
As narrativas do Antigo Testamento nos contam sobre coisas que aconteceram, mas não quaisquer coisas. Elas nos falam de como Deus agiu entre o se povo, como conduziu os acontecimentos mundiais, de como Deus criou todas as coisas e de como Ele operou entre seu povo. As narrativas glorificam a Deus e nos mostram o cuidado de Deus durante o curso da história. Além disso nos dão preciosas lições para nossa vida.
Todas as narrativas têm:
1-) Enredo
2-) Lugar
3-) Personagens
As narrativas do Antigo Testamento porém, estão colocadas dentro de um enredo maior, global, tem um elenco especial de personagens, dos quais os principal e especial é o próprio Deus.
1.2 Três níveis de narrativas do Antigo Testamento
Poderemos entender melhor as narrativas do Antigo Testamento, se percebermos que elas estão sendo contadas em três níveis diferentes.
1-) Nível Superior
2-) Nível Intermediario
3-) Nível Inferior
O Nível Superior é o plano global de Deus, que foi concebido desde a fundação do mundo. Este nível compreende:
1-) A própria criação
2-) A queda da humanidade
3-) poder e universalidade do pecado
4-) necessidade de redenção
5-) Encarnação e sacrifício de Jesus
No nível Intermediario estão os aspectos relacionados a Israel.
1-) A chamada de Abraão
2-) A linhagem de Abraão
3-) Os patriarcas que vieram dele
4-) Escravidão de Israel no Egito
5-) Êxodo do Egito
6-) Conquista de Canaão
7-) Pecados frequentes de Israel e infidelidade
😎 A proteção de Deus, mesmo em meio à infidelidade
9-) Destruição de Israel e cativeiro de Judá
10) Restauração do povo após o exílio
No Nível Inferior temos as narrativas dos personagens individualmente.
1-) Venda de José aos arábes em viagem ao Egito
2-) A história de Gideão e sua dúvida diante de Deus
3-) O adultério de Davi com Bate-Seba, e assim por diante.
Note que cada narrativa individual faz parte da narrativa de Israel no tempo e espaço (Nível Intermediario), que por sua vez, faz parte do Nível Superior, o plano global de Deus, que é a Criação e a Redenção dos seres humanos, para a glória de Deus.
Então, devemos aplicar as narrativas em nossa vida, seguindo este conceito hierárquico que encontramos no Antigo Testamento.
Quando Jesus afirmou que as Escrituras “…de mim testificam”, não estava se referindo a cada uma destas narrativas menores (Nível Inferior), mas sim ao Nível Superior, onde podemos ver de modo amplo a mão de Deus guiando cada passo na história. Ou seja, toda história ocorrida no Antigo Testamento apontava para Jesus, era o pano de fundo para que Jesus fosse revelado.
Desta forma, podemos ter uma narrativa intermediaria, por exemplo a história de José (Gênesis 37-50). Dentro da história de José temos narrativas menores, por exemplo seus primeiros sonhos, sua venda aos árabes, na casa de Potifar, na prisão, ascensão no Império Egípcio e morte.
Não há nada de errado em estudar estas narrativas menores isoladamente. Porém devemos fazê-lo conhecendo a amplitude, conhecendo o contexto maior.
1.3 O que as narrativas do Antigo Testamento não são
1 – As narrativas não são meros relatos de personagens que viviam nos tempos antigos. São, na realidade, histórias daquilo que Deus fez na vida destas e o que fez por meio delas. Deus é o herói das histórias, Ele é o protagonista.
2 – A narrativas do Antigo Testamento não são alegorias, histórias com significados ocultos. Pode haver trechos de certas narrativas que talvez não fiquem claros para nós, podemos não ser informados sobre exatamente tudo quanto Deus fez em uma determinada situação. E, mesmo quando somos informados sobre o que Ele fez, talvez não fique esclarecido como Ele fez ou por que Ele fez. As narrativas não respondem a todas as nossas perguntas, nem foram escritas para isso. Foram escritas para termos noção dos feitos de Deus no plano global. Se ficarmos procurando significados ocultos acabaremos colocando coisas nos textos que não estão lá. Às vezes o desejo de explicar tudo, acaba não explicando nada.
3 – As narrativas nem sempre vão nos ensinar de modo direto. Mas por meio da leitura dos exemplos podemos ser ensinados de uma forma, muitas vezes, mais didática do que alguma porção mais doutrinária da Bíblia. As narrativas nos dão um contato direto com a obra que Deus fez, e este contato pode nos dar um conhecimento que nos ajuda a moldar nosso comportamento. Em última análise, a história do Antigo Testamento, para nós cristãos, é nossa própria história espirtual, pois Deus preservou o povo hebreu para que dele viesse o Messias e fôssemos salvos. Então, mesmo que as narrativas não nos ensinem de modo direto, ilustram o que é ensinado em outros trechos de forma direta e categórica.
4 – Cada narrativa ou episódio individual dentro da narrativa não pode ser analisada microscopicamente. Ou seja, não podemos pegar cada mínima parte da narrativa e tentar tirar alguma lição ou preceito moral. Precisamos avaliar a narrativa como um todo, uma única unidade, pois tentar tirar lições de cada micro parte, em geral, não funciona.

2 Princípios para interpretação das narrativas

Dez princípios para ajudar a evitar erros óbvios na interpretação das narrativas:
1 – Geralmente, uma narrativa do Antigo testamento, não ensina diretamente uma doutrina.
2 – Uma narrativa ilustra uma doutrina ensinada diretamente em outro trecho da Bíblia.
3 – As narrativas registram o que aconteceu, não o que deveria ter acontecido. Portanto, nem toda narrativa tem uma moral de história indentificável e individual.
4 – O que as pessoas fazem na narrativa nem sempre é um bom exemplo para nós. Às vezes é exatamente ao contrário.
5 – A maior parte dos personagens das narrativas do A.T. está longe de ser perfeita. Suas ações também.
6 – Nem sempre somos informados, ao fim da narrativa, se o que aconteceu foi bom ou mau. Devemos julgar com base no Deus nos ensinou em outros trechos da Bíblia.
7 – Todas as narrativas são incompletas. Nem todos os pormenores foram narrados.
8 – As narrativas não foram escritas para responderem nossas dúvidas teológicas.Têm propósito limitado, específico e particular, deixando outros assuntos para serem tratados em outros lugares.
9 – As narrativas podem ensinar explicitamente – quando declara algo de modo claro, ou implicitamente – quando deixa subentendido alguma coisa claramente, sem no entanto declarar.
10 – Em última análise, Deus é o herói de todas as narrativas bíblicas.

3 Exemplos de interpretação de narrativas do Antigo Testamento

3.1 A narrativa de José
A narrativa de José está compreendida entre os capítulos 39 e 50 do livro de Gênesis.
Leia este trecho do começo ao fim e você verá que José é a personagem humana central.
Neste trecho lemos que José era um tanto altivo e até mesmo arrogante. Em parte isto foi devido ao favorecimento que seu pai, Jacó, havia lhe dado. Em consequencia, José sofre com a inveja de seus irmãos e desenrola-se toda a história que já é conhecida.
Será que o fato de José ter tido sucesso na casa de Potifas era por suas qualidades inatas de administrador? Será que o fato de, algum tempo depois, na prisão injustamente, ter alcançado sucesso foi devido à sua gestão do sistema prisonal?
A Bíblia não nos deixa dúvidas: Deus era com José. Por amor a José, Deus o fazia prosperar e alcançar graça diante dos homens. O fato é que, se tentarmos procurar outro herói nesta narrativa, que não seja o próprio Deus, estaremos com o foco errado do que Deus deixou registrado.
Se tentarmos tirar lições para nossa própria vida, apenas da história de José, tiraríamos conclusões erradas. Que moral da história poderíamos extrair daqui?: “Cuidado ao contar seus sonhos”, “Os escravos progridem mais rápido que os nativos”, “Seja um bom administrador antes de ir para a cadeia”.
Se procurarmos no texto alguma coisa que devamos imitar para obter sucesso, ou uma bênção nós não encontraremos. A narrativa está nos contando o que Deus fez com um candidato improvável ao sucesso. Não contém nenhuma regra para se obter sucesso nos negócios. José vai de mal a pior, e não faz nada para conseguir obter sua soltura. Mas é o próprio Deus quem lhe dá todas as habilidades necessárias para isso.
Poderemos vasculhar todas as narrativas menores da vida de José e chegeremos sempre à mesma conclusão: Deus era com José.
Tudo na vida de José já havia sido pré estabelecido por Deus. Veja o texto em Gn. 50:19-20, e você também chegará a esta conclusão.
Esta sucessão de fatos ocorridos com José foi para preservar o povo de Israel para a conquisa de Canaã. Foi no Egito onde os israelitas cresceram e se fortaleceram para entrar na terra que Deus havia prometido a Abrãao.
E tudo isto faz parte da narrativa maior, onde Deus usaria a nação de israel como berço do Messias. Então, tudo o que aconteceu foi para preservação da nação onde nasceria nosso Salvador.
3.2 A narrativa de Rute
O livro de Rute é um livro fácil de ser entendido pois é completo em si mesmo e suas personagens podem ser identificados sem maiores dificuldades.
Neste livro podemos verificar como aplicar o item 9 de nossa lista de princípios de interpretação das narrativas.
Conseguirmos observar o ensinamento explícito é relativamente fácil; porém verificar o ensinamento implícito, requer um pouco mais de habilidade e estudo. Afinal, queremos extrair lições da narrativa, e não colocar lições dentro dela.
A história de Rute pode ser resumida da seguinte forma:
Rute 1 – A viúva Rute, uma moabita, emigra de Moabe para Belém, com sua sogra, também viúva, Noemi.
Rute 2 – Rute colhe as sobras de milho da plantaçào de Boaz, e ouve sobre sua fé e da bondade dela com Noemi, que era sua parente.
Rute 3 – Pela sugestão de Noemi, Rute deixa Boaz saber que ela o ama e quer se casar com ele.
Rute 4 – Baz segue todos os procedimentos jurídicos para casar-se com Rute protegendo os direitos de propriedade do falecido esposo dela. O nascimento de primeiro filho deles, Obede, se torna grande consolo para Noemi. Obede veio a ser avô do rei Davi.
Vamos ver quais ensinos esta narrativa nos transmite:
1 – Rute se converteu a fé no Senhor, o Deus de Israel. Isso não é declarado explicitamente, mas nos fica claro lendo o verso 17 do capítulo 1.
2 – A narrativa nos conta que Boaz era um homem justo que seguia fielmente à lei de Deus. Da mesma forma, isso não nos é explicíto, mas segundo os versos 2:3-13; 2:22; 3:10-12; 4:9-10, fica claro que embora nem todos os israelitas fossem obedientes à lei, Boas o era. Ele guardava o mandamento conforme Levítico 19:9-10, onde Rute se encaixava nas duas categorias: era pobre e estrangeira. Ele observava também outra lei, a da rendenção, conforme Levítico 25:23-24 nos informa.
3 – Fica implícito a nós também o fato da descendência de Boaz e Rute incluir o rei Davi, e por extensão Jesus. Sabemos que Jesus, humanamente falando, pertenceu à linhagem de Davi. Podemos verificar este fato lendo a genealogia em 4:17-21. Eles tinham como saber issto na época? Não. Mas Deus quis que este fato ficasse registrado para que soubéssemos de onde veio Jesus.
4 – A narrativa, nos diz que esta história se passa no tempo dos Juízes. Se lermos o livro de Juízes, notaremos que a sociedade, nesta época, não era muito fiel à lei de Deus. Belém, se destacava por ter cidadãos tementes a Deus, a despeito da maioria infiel. Mas o que há no luvro de Rute que nos diz isso? Praticamente a história toda, exceto o verso 2:22 que subentende que nem todos os belemitas praticavam a lei do respigar corretamente. E as próprias palavras das personagens nos demostram a preocupação e zelo que eles tinham pela lei de Deus.
Devemos notar também que todas as personagens, exceto Rute e Orfa eram cidadãos de Belém. Noemi, seja em tempos de aflição (1:8-9; 13, 20-21), seja em tempos de alegria (1:6; 2:19-20), reconhece a vontade do Senhor, e se submete a ela. Além disso, Boaz mostra ser um verdadeiro adorador e seguidor do Senhor (2:11-12; 3:10, 13), e suas ações, do começo ao fim, confirmam suas palavras.
Até mesmo a maneira como as pessoas se cumprimentavam revelam sua lealdade a Deus (2:4). Note como os anciãos da cidade demonstram sua fé quando abençoam o casamento e a família (4:11-12), e as mulheres abençoam Noemi (4:14). Outro fato importante é como recebem a moabita Rute; fato este que demonstra a fé no Senhor.
Estes fatos demonstram que nossa leitura cuidadosa, e o conhecimento histórico daqueles dias, podem nos revelar lições preciosas, que estão implícitas.

4 Advertência

Implícito não quer dizer secreto ou escondido. Implícito quer dizer que a mensagem pode ser entendida a partir daquilo que é dito, mesmo não sendo declarado literalmente. Nossa tarefa como intérpretes da Bíblia não é ficar escavando mensagens ocultas nos textos. O que o Espírito Santo inspirou é para benefício de todos os crentes, não somente para aqueles que conseguem desvendar possíveis mensagens ocultas nos textos. Não vamos tentar inventar outra história!

5 Algumas precauções finais

Existem alguns possíveis motivos para as pessoas, algumas vezes, tirarem lições das narrativas que não estão lá.
1 – Desespero por informações que as ajudarão em sua situação específica.
2 – Impaciência. Querem a resposta de Deus agora, deste livro, deste capítulo.
3 – Esperam, erroneamente, que tudo na Bíblia se aplique à sua própria vida individual.
A Bíblia é o recurso de Deus para nós. Porém, nem sempre terá respostas específicas e pessoais para tudo quanto as pessoas gostariam, e não contém todas as informações em cada capítulo ou versículo.
A fim de que não segamos esta tendência, alimos os seis principais erros de interpretação que as pessoas cometem, ao procurar respostas em partes isoladas da Bíblia. Emboa estejam alistadas aqui para as narrativas, podem servir para outros estilos também.
1 – Alegorização – Ao invés de se concentrarem no significado claro do texto, procuram lições obscuras, secretas. Há trechos alegoricos na Bíblia (Ezequiel 23 ou algumas partes do Apocalipse, por exemplo). Porém, nenhuma das alegorias na Bíblia é uma simples narrativa.
2 – Descontextualização – O desconhecimento da história, da narrativa maior, e a concentração apenas nas pequenas narrativas, nos faz perder a interpretação completa, aquilo que Deus fez e quis deixar registrado ao seu povo. Se desconsiderarmos este fatores, poderemos fazer a Bíblia dizer qualquer coisa que queiramos.
3 – Seletividade – É semelhante à descontextualização. É escolha proposital de palavras e frases específicas da narrativa, sem considerar o contexto histórico.
4 – Combinação falsa – Combina trechos de diferentes versos, e tira uma lição desta combinação. Um exemplo extremo deste método é interpretar que os verdadeiros inimigos do crente estão dentro da casa de Deus, ao invés de fora. Pois o Salmo 23 diz para Deus preparar uma mesa na presença dos inimigos de Davi, e Davi habitaria para sempre na casa de Deus. Logo, os inimigos estariam dentro da casa de Deus, senão como Deus faria uma mesa para ele diante de seus inimigos?
5 – Redefinição – Quando o sentido claro do texto deixa as pessoas sem emoções, ou não provoca qualquer tipo de êxtase espiritual, o sentido claro é prontamente redefinido para que estas coisas aconteçam.
6 – Autoridade extracanônica – Uso de algum tipo de material de apoio ou escritos especiais, ou ainda livros que alegam ter revelações bíblicas. Desta forma, creem que os mistérios da Bíblia serão revelados. As seitas geralmente fazem este tipo de coisa, e tratam a Bíblia como um livro cheio de enigmas que exige um conhecimento especial para interpretá-la.
Além destas precauções, é importante saber que as narrativas bíblicas dizem respeito a seus personagens. Podemos, claro, aprender muito com elas, mas nunca espere que Deus faça com você exatamente a mesma coisa que fez com as personagens das narrativas.
Nem ache que Deus quer que você faça exatamente as mesmas coisas.
A narrativa de José, diz respeito a José. Diz respeito à fortma como Deus usou a vida dele para cumprir seus propósitos. Não tome a história de José como algo que também vai acontecer em sua vida.
A narrativa de Rute glorifica a Deus, e o benefício que Ele deu aos belemitas e a Rute, não tem a ver conosco. Esta história narra de forma maravilhosa os ancestrais do rei Davi, e por extensão, do Senhor Jesus.
Nós temos a tarefa de aprender com base nas narrativas, e não fazer tudo quanto está descrito lá. Só porque alguém fez determinada coisa na Bíblia não significa que temos a obrigação, ou permissão de fazer também.
As narrativas são preciosas porque demonstram o amor de Deus na História, e a forma como Ele conduziu tudo, para que o mundo recebesse o Salvador. Porém, para termos instruções sobre ética pessoal e vidã cristã devemos ir para outras partes das Escrituras, onde estes valores são ensinados mais clara e diretamente.
Então, podemos concluir que a riqueza de variedades da Palavra, deve ser nosso aliado, e não um recurso que tenhamos de desvendar seus mistérios.

VIA GRITOS DE ALERTA
http://milhoranza.com/2009/09/08/narrativas-do-antigo-

INTERPRETAÇÃO APOCALÍPTICA

Exemplo de interpretação dos símbolos na literatura apocalíptica

Considerando o post anterior, sobre a interpretação dos símbolos na literatura apocalíptica, vamos ver, na prática, como este simbolismo e linguagem cósmica pode ser usado para nosso ensino e edificação nos dias atuais.
Vamos determinar como o símbolo “cavalo” é usado em Zacarias 1:7-11 e em Apocalipse 6:1-8.
Primeiramente vamos fazer uma descrição do contexto histórico destas passagens.
Zacarias
Junto com Ageu foi um dos profetas pós-exílicos. Viveu no período do rei persa Dario I. Apesar da volta de uma parte do povo judeu da Babilônia, ainda não havia uma constatação da renovação da aliança que Javé havia prometido a Jerusalém.
Por isso, o profeta, na introdução do seu livro, desafia o povo a voltar-se para Javé e arrependenrem-se dos seus pecados.
A partir do verso 7, na visão dos cavalos, a patrulha divina constata que o mundo está em paz debaixo da mão de ferro do império persa, e Dario estava favorável aos judeus.
Javé ainda estava no controle e ainda cuidava de Jerusalém com zelo e garantiria a reconstrução da cidade e do templo.
Apocalipse
O escritor do apocalipse, o apóstolo João, foi o último dos discípulos a morrer. A data que os eespecialistas colocam para o livro é de 95 d.C.
Nesta época reinava o imperador Domiciano. A primeira fase da perseguição imperial aos cristãos passara; surgia agora o segundo período das perseguições imperiais. A história dá seu testemunho de que outras perseguições estavam por vir.
O Apocalipse foi escrito para encorajar os cristãos a permanecerem firmes em sua fé, pois, no final, Deus seria o vencedor supremo.
No trecho em questão o juízo de Deus tem seu início. No julgamento, representado pela abertura dos selos, seu conteúdo está muito relacionado à guerra e seus efeitos. O aparecimento do líder conquistador, representado pelo primeiro cavalo; uma guerra, representado pelo segundo cavalo; fome, terceiro cavalo e morte, quarto cavalo; estes dois últimos resultados naturais da guerra.
Aplicação
Na leitura destes dois trechos, um do Antigo Testamento, outro do Novo Testamento, observamos pelos contextos históricos que Deus é o Senhor da história.
Suas promessas, embora tenhamos a impressão de demora, sempre se cumprem. Deus ama seu povo, e, por isso, o corrige assim como um pai faz com os filhos. Porém, sempre após sua correção Deus restaura e renova sua aliança com seu povo.
Nos dois períodos históricos estudados vimos a repreensão, o cuidado e a restauração da terra por Deus, que é soberano e Senhor da história.

VIA GRITOS DE ALERTA
http://milhoranza.com/2010/08/07/interpretacao-simbolos-

TIPOS BÍBLICO

Os Simbolismos e tipologias

A maioria dos estudiosos concorda que no Antigo Testamento existem tipos que são posteriormente, no Novo Testamento, especificados e declarados. Os dois Testamentos se correlacionam por meio destas prefigurações e tipos. O Novo Testamento considera que alguns personagens, elementos e fatos do Antigo Testamento são prefigurações do que ainda estava por vir.
Porém, os intérpretes se dividem quanto à freqüência com que isto pode ocorrer. Alguns dizem que praticamente todo o Antigo Testamento é prefiguração do Novo. Por exemplo, a quem diga que as dobradiças do templo de Salomão representavam as duas naturezas de Cristo. Outros defendem que os tipos estão explicitamente identificados, ou ainda implicitamente. Há quem afirme também que tipos são apenas os que o Novo Testamento afirma ser, ou seja, bem claro e explícito. E ainda há aqueles que dizem não haver tipos de quaisquer espécies na Bíblia.
Nesta lição veremos o que são tipos.
Que elementos do Antigo Testamento devemos aceitar como sendo tipos prefigurados do Novo Testamento?
Que regras devemos seguir para interpretá-los?

1  Termos do Novo Testamento associados aos tipos

O termo “tipo” vem do grego typos, e aparece 15 vezes no Novo Testamento. E ganhou diversas traduções como se segue abaixo:
“…vir o sinal dos cravos nas mãos…” (Jo. 20:25)
“…figuras que vós fizestes para adorá-las…” (At. 7:43)
“…disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto” (At. 7:44)
“E escreveu-lhe uma carta nestes termos:” (At. 23:25)
“…da transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir.” (Rm. 5:14)
“…obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues” (Rm 6:17)
“Ora, estas coisas nos foram feitas para exemplo…” (1 Co 10:6)
“…aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós” (Fp. 3:17)
“De sorte que vos tornastes modelo para todos…” (1 Ts. 1:7)
“…mas para vos dar nós mesmos exemplo, para nos imitardes.” (2 Ts. 3:9)
“…mas sê um exemplo para os fiéis na palavra…” (1Tm. 4:12)
“Em tudo te dá por exemplo de boas obras…” (Tt. 2:7)
“os quais servem àquilo que é figura e sombra das coisas celestiais […] faze conforme o modelo que no monte se te mostrou” (Hb. 8:5)
“…mas servindo de exemplo ao rebanho. ” (1 Pe. 5:3)
Notemos que em todos estes casos a palavra typos foi usada com a idéia de correspondência ou semelhança. Um devia combinar com o outro.
Em cada um desses versículos um elemento corresponde ao outro.
A contrapartida do tipo , a parte correspondente, é chamada de antítipo, ou seja, correspondente ao tipo.
Vamos examinar 1 Pedro 3:21. Neste versículo aprendemos que o batismo é um antítipo do dilúvio, ou seja, o dilúvio serviu como tipo, modelo, prefiguração do batismo. Nos dois casos a palavra significa julgamento; o dilúvio significou a morte para os perversos, e o batismo nas águas significa a morte de Cristo e a identificação do crente com ela. Notemos que a idéia de semelhança está presente.
Examinemos agora Hebreus 9:24. Somos esclarecidos que o santuário, ou santo dos santos no tabernáculo, era um cópia do verdadeiro tabernáculo nos céus.
Em 1 Timóteo 1:16 vemos que a completa longaminidade de Cristo, na vida de Paulo, serviria de exemplo para os que viessem a crer nele. Paulo usou o mesmo termo em 2 Timóteo 1:13.
Temos dois significados associados:
1- Exemplo ou modelo a ser seguido:
“Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (Jo. 13:15)
“…para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.” (Hb. 4:11)
2- Sombra: Assim como uma sombra é a imagem produzida por um objeto, assim certos elementos do Antigo Testamento eram um esboço das coisas que haveriam de vir. Aparece três vezes no Novo Testamento com este sentido figurado.
“os quais servem àquilo que é figura e sombra das coisas celestiais…” (Hb. 8:5)
“Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas…” (Hb. 10:1)
“…que são sombras das coisas vindouras…” (Cl. 2:16-17)
Uma sombra é algo vago ou transitório, mas também representa certa semelhança.
Cada um desses significados contém a idéia de correspondência ou semelhança. Porém nem sempre um tipo oficial no Antigo Testamento prefigura algo no Novo Testamento. Muitas vezes o sentido é de padrão ou modelo a ser seguido.

2  Quando o tipo é tipo?

2.1  Semelhança
A primeira característica de um tipo é a sua semelhança ou correspondência com o antítipo. Mas não devemos pensar de que se trata de uma correspondência superficial. Deve ser algo natural, e não uma correspondência forçada. Vimos nos exemplos anteriores a existência de uma semelhança concreta. Porém, nem tudo que possui um elemento correspondente é um tipo, embora a relação de semelhança e correspondência deva estar obrigatoriamente presente em todos os tipos. Existem inúmeros elementos no Antigo Testamento que encontram correspondência no Novo, mas não são tipos necessariamente. Os fatores que apresentamos a seguir também são importantes para a caracterização de determinação de um tipo.
2.2 Realidade histórica
Os fatos, personagens ou elementos do Antigo Testamento que são tipos de coisas do Novo possuíram realismo histórico, ou seja, realmente existiram e os fatos foram reais e testemunhados, não foi uma coisa imaginária. Quando em nosso estudo da Bíblia nos deparamos com um tipo não devemos inventar ou procurar significados ocultos. Devemos nos concentrar nos fatos históricos, pois o tipo deve surgir naturalmente no texto, ao invés de ser algo que o intérprete acrescente no texto. O tabernáculo é um tipo (conforme Hb. 8:5), mas isso não significa que cada detalhe de sua construção represente, de alguma forma, uma verdade neotestamentária.
2.3 Prefiguração
Os tipos são uma forma de profecia, pois contém traços de predição e simbolismos. O tipo é uma sombra que indica outra realidade (Cl. 2:17). O tipo sempre aponta para frente. Então quer dizer que as personagens do Antigo Testamento sabiam que diversas coisas eram tipos? Quando os israelitas matavam os cordeiros, eles sabiam que isso simbolizava Cristo, a quem João Batista referiu-se como “Cordeiro de Deus” (Jo. 1:29) ? Será que Melquisedeque sabia que ele representava a Cristo (Sl. 110:4; Hb. 6:20)?
É muito improvável que tivessem consciência dos antítipos (representação futura do tipo) e provavelmente não tinham pleno conhecimento destas relaçoes entre tipos e antítipos. O fato de alguns fatos e personagens fossem tipos isso não quer dizer que as pessoas dessa época reconhecessem essa natureza representativa.
2.4 Elevação
Na tipologia, o antítipo é sempre mais importante do que o tipo correspondente. Cristo é superior a Melquisedeque, a obra redentora de Jesus é superior à pascoa celebrada pelos judeus. Muitos aspectos do Novo Testamento ilustram verdades do Novo, mas se não houver esta elevação não se trata de tipos.
2.5 Planejamento divino
Os tipos não são meras ilustrações para que os leitores da Bíblia prestem mais atenção aos fatos. Na verdade esta correspondência foi planejada por Deus. O tipo foi idealizado por Deus para apresentar uma similaridade com o antítipo, que por sua vez foi criado por Deus para ser o “cumprimento” do tipo. Podemos crer que houve um planejamento de Deus, pois se passaram muitos séculos até que o antítipo pudesse “cumprir” aquilo que o tipo representava.
Na questão da interpretação dos tipos muitos estudiosos assumem posições diversas, conforme abaixo:
1- Tipos são apenas os que se encontram expressos no Novo Testamento
2- Tipos estão explícitos, mas também podem estar implícitos, não declarados.
Devemos ter o cuidado de não cairmos no mesmo erro de alguns intérpretes, de enxergar tipos implícitos (se assim exitirem) na Bíblia, gerando mais alegorias e interpretações errôneas da Bíblia. Não devemos confundir as figuras de linguagem, vistas anteriormente, com os tipos, que estamos estudando.
Nos tópicos seguintes vamos estudar como descobrir quais personagens, fatos e elementos devem ser tratados como tipos. Vamos descobrir com que finalidade Deus criou os tipos.

3 Os tipos devem ser encarados como tipos no NT?

Dadas as cinco características acima temos ainda de definir se os tipos são tanto os implícitos como explicitos ou apenas os expressamente declarados no NT. Devemos ter em mente que apenas correspondências não satisfazem a condição para se constituir um tipo. Sempre levemos em consideração o aspecto profético e o planejamento divino.
Um exemplo. Muitos estudiosos acreditam que Salomão simbolizasse Cristo. Podemos realmente afirmar que Deus nos conta a história de Salomão para retratar a Cristo?
Podemos claro, perceber algumas analogias e semelhanças, mas onde estão o aspecto profético e o planejamento divino?
Então como podemos estabelecer um limite para que simples semelhanças ou mesmo ilustrações não passem a ser entendidas como tipo?
Podemos estabelecer que o NT especifique claramente quais personagens e elementos do AT são prefigurativos do NT. O texto do NT deve indicar de alguma forma que determinado elemento ou personagem seja um tipo válido, ou de outra forma, deve ser rotulado. Ao contrário, as ilustrações e analogias podem ser mais facilmente identificáveis pelos estudiosos.
Um tipo pode ser definido como uma personagem ou acontecimento do AT que Deus planejou (projetou) para prefigurar ou preparar outro personagem ou acontecimento no NT.
Agora, uma ilustração é um acontecimento ou personagem que retrata uma verdade espiritual, com naturalidade e espontaneidade, sem no entanto, ser declarado como tipo no NT.
Com base nisso podemos por exemplo dizer que a Arca de Noé não é um tipo da Igreja, mas pode ser facilmente ilustrada como tal. Podemos dizer que o profeta Elias ilustra um homem de oração, conforme Tiago nos diz em seu livro no capítulo 5 verso 17.
Devemos ter cuidado, pois uma simples analogia não deve ser entendida como um tipo.
Vejamos um comparativo entre Tipo, Ilustração e Alegoria na tabela 01.
Notemos que na Ilustração e Tipologia a realidade histórica é considerada, ao passo que na Alegorização este aspecto é descartado. A alegoria geralmente é apenas fruto da imaginação de seu intérprete.

4  Que tipos são válidos?

Precisamos fazer as seguintes perguntas para sabermos quais os tipos válidos nas escrituras:
1. Existe semelhança clara entre o tipo e o antítipo? O tipo apresenta exatamente os mesmos fatos, princípios e relações que o elemento do NT correspondente?
2. O antítipo está de acordo com o contexto histórico do tipo?
3. O tipo é uma prefiguração ou prenunciação do antítipo? Ou não passa de um exemplo? O tipo aponta para o futuro?
4. O antítipo eleva ou “cumpre” o tipo, sendo ainda superior?
5. Conseguimos ver o propósito divino na relação tipo-antítipo?
6. O NT especifica de alguma forma o tipo e o antítipo?

5  Quais as etapas para a interpretação dos símbolos?

1. Descobrir o sentido literal do tipo.
2. Reparar no ponto de correspondência entre o tipo e o antítipo.
3. Reparar nos elementos de contraste, para evitar caracterizá-los como aspectos do tipo.
4. Prestar bastante atenção às afirmações do NT que confirmem a correspondência tipológica.

6 Por que se preocupar com a tipologia?

Embora a princípio este estudo de tipologia aparentemente não seja tão útil ele é importante para vermos a mão de Deus durante toda a história da humanidade. Podemos com este estudo constatar que Deus planejou cada acontecimento e usou algumas pessoas e acontecimentos para retratar aspectos de Cristo e seu relacionamento com a igreja. E por que não dizer também para nos defender das heresias que tentam entrar em nossas igrejas?
Quando usamos os seis critérios de identificação dos tipos temos instrumentos mais precisos para interpretar o Antigo Testamento, e desta forma não ficamos de frente a um mar de incertezas sobre o que Deus quis realmente nos transmitir.

7  A compreensão dos símbolos

7.1  Em que consiste um símbolo?
Símbolo é uma figura, marca ou sinal que representa ou substitui outra coisa. Lembremos que o tipo representa um elemento futuro, mas o símbolo não está preso à idéia de tempo. Em um dado momento na história, o tipo tem seu cumpriment, ou seja, aquilo que ele representava no AT já se cumpriu no NT. Por exemplo, o tabernáculo no deserto representava a Cristo, era tipo de Cristo. Nenhum outro tabernáculo lembrava ou falava de Cristo. Agora quando dizemos que um leão representa a Cristo, qualquer leão pode significar isto, pois são as características do leão que são mencionadas e não os aspectos proféticos.
7.2  Quais princípios aplicamos na interpretação dos símbolos?
1- Reparar nos três fatores da interpretação de símbolos: o objeto (símbolo), o referente (elemento simbolizado) e o significado (semelhança entre símbolo e referente) – Em I Jo 1:29, o cordeiro (objeto) identifica a Cristo (referente) e o significado é que Cristo serviu de sacrifício como muitos outros cordeiros.
2- Lembrar-se de que os símbolos são fundamentados na realidade. – Quando se diz que Cristo é um cordeiro ou leão, não quer dizer que Cristo seja literalmente umna cordeiro ou leão. Mas, como estes animais existem é possível estabelecermos uma correspondência entre estes animais e Cristo. Nas passagens proféticas, muitas vezes os símbolos são fundamentados na imaginação ao invés dos fatos. Vejam Ap. 17:3 e Dn. 7:6. Porém estes símbolos tem elementos reais.
3- Descobrir qual o significado ou semelhança, se existente, o texto atribui de forma explícita ao referente – Quando existe u símbolo em uma profecia, o texto geralmente o indica. Por exemplo em Ap. 9:1, a estrela que caiu do céu é identificada no verso 2 como “ele”. Comparando com Ap. 20:1, parece não restar dúvida de que se trata de um anjo. O dragao do verso 2 é identificado com Satanás.
4- Se o versículo não indicar a semelhança, consultar outras passagens e verificar qual a característica principal entre o símbolo e o referente. – João referiu-se a Cristo como “o Cordeiro de Deus”, sem contudo, explicar a semelhança.
5- Tomar o cuidado de não atribuir ao referente a característica errada do símbolo – Um leão é forte e feroz, mas apenas sua ferocidade está relacionada a Satanás (I Pe. 5:8). A sua força refere-se a Cristo (Ap. 5:5) .
6- Procurar o elemento principal de semelhança – Resista à tentação de traçar muitos paralelos entre o símbolo e o elemento que simboliza.
7- Entender que um elemento principal pode ser representado por vários símbolos. – Cristo é simbolizado por um leão, cordeiro, um ramo, raiz, etc. O Espírito Santo é simbolizado pela água, pomba, vento, azeite.
8- Na literatura profética, não presumir que, pelo fato de da profecia conter alguns elementos simbólicos, tudo mais na profecia seja também simbólico. – Em apocalipse 19:19, a “besta” é um símbolo, porém “os reis da terra, com seus exércitos” não deve ser encarado como símbolo. No versículo 15 a espada que sai a boca de Cristo é um símbolo de seu juízo, mas isso não quer dizer que as nações citadas devam ser encaradas como símbolos também.
9- Na literatura profética, não transformar em símbolos as descrições de fatos que sejam prováveis ou plausíveis. – Em Apocalipse 8:12 diz que um terço do sol, da lua e das estrelas serão feridos e escurecerão. Como se trata de um fato plausível, isto não deve ser interpretado como um símbolo. Em Apocalipse 9, os gafanhotos que saíram do abismo devem ser entendidas ao pé da letra, pois o fato de gafanhotos, ou criaturas parecidas com gafanhotos, saírem do abismo é plausível. No passado esta passagem foi interpretada como símbolo dos turcos invadindo Israel.
7.3  Alguns exemplos de símbolos na Bíblia
Hoje em dia também temos simbolismos em nossas igrejas. O batismo e a ceia são dois deles. O batismo simboliza a identificação do cristão com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Quando participamos da ceia estamos simbolicamente proclamando a morte de Jesus, o pão simboliza seu corpo que foi partido na cruz e o cálice simboliza seu sangue que foi derramado para remissão dos pecados.
7.4  Números simbólicos
Alguns números nos transmitem determinadentos as idéias pelo fato de estarem sempre associados a alguns eventos especificos. Por exemplo, o número 7, é frequentemente associado à perfeição.
Gn 2:2,3
Ap. 1:12
Ap. 4:5
Ap. 5:1
Ap. 8:1
O número 40 costuma ser relacionado com provação.
40 anos de Moisés em Midiã (At. 7:29,30)
40 anos de Israel no deserto (Nm. 32:13)
40 dias que Jesus foi tentado (Lc. 4:2)
Apesar destes números transmitirem estes simbolismos não podemos deixar de atribuir-lhes o sentido literal. Ou seja, mesmo o número 40 representando provação, Jesus foi realmente provado durante 40 dias literais. O número embora representando a perfeição não nos dá o direito de fugir da interpretação literal. No caso dos candeeiros podemos interpretá-los como sendo em número de sete.
7.5  Nomes simbólicos
Os nomes de certas pessoas e lugares na Bíblia possuem significado simbólico. Porém não devemos procurar significados nos nomes, a menos que a Bíblia nos indique.mães
O nome Eva siginifica “vida” e foi dado por Adão, por ser a mãe de todos os viventes (Gn. 3:20)
Deus mudou o nome de Abrão em Abraão com o intuito de mostrar-lhe que ele seria pai de muitos povos.
Abrão significa “pai exaltado” e Abraão significa “pai de muitos”. Deus também mudou o nome de sua esposa de Sarai para Sara, que significa “princesa”.
As mães também costumavam dar nomes aos seus filhos de acordo com as circunstâncias do nascimento da criança.
Jacó não amava sua esposa Léia, por isso quando ela teve seu primeiro filho, ela o chamou de Rúbem. A palavra Reuben em hebraico significa “o Senhor atendeu a minha aflição”. Seu segundo filho, Simeão, tem o sentido de “aquele que ouve”. Levi, seu terceiro flho, significa “unido”, pois pensou que depois de três filhos Jacó a fosse amar um pouco mais e sua família fosse permanecer unida.
Seu quarto filho, Judá, recebeu este nome pois tem o siginificado de louvor. Como havia dado a Jacó 4 filhos ela louvava a Deus, pois pensava assim ter o amor de Jacó. (Gn 29:31-35)
A filha de Faraó chamou ao menino que encontrou no rio Nilo de Moisés, pois é parecido com o verbo “retirar” em hebraico. (Ex. 2:10).
O nome Daniel significa “Deus julgou” ou “Deus é eu juíz”. Porém o rei Nabucodonozor mudou seu nome para Beltessazar, que significa “Senhora, proteja o rei”. Era uma tentativa para fazer Daniel se esquecer de seu Deus. O mesmo aconteceu com seus amigos (Dn. 1:6,7).
Jesus mudou o nome de Simão para Cefas (aramaico) e Pedro (grego) que significa pedra (Jo. 1:42), em referência ao seu futuro papel na Igreja (At. 2).
Às vezes uma cidade ou nação ganhava outro nome. Deus chamou os líderes de Jerusalém de “príncipes de Sodoma” e seus habitantes de “povo de Gomorra” (Is. 1:10), pois seu pecado havia se igualado ao daquelas cidades.
Os estudiosos divergem quanto à menção que Pedro fez de Babilônia em I Pe. 5:13 – deve ser entendida como a verdadeira Babilônia, no Oriente Médio? Ou foi usada apenas para fazer uma menção indireta a Roma para proteger os cristão que viviam lá?
De acordo com a história, Pedro passou seus últimos dias em Roma, e seu “filho” Marcos, mencionado no mesmo versículo, pode ser João Marcos, que Paulo afirmou estar em Roma (Cl. 4:10).

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