segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Record e Igreja Universal estão por trás de tiragem milionária de biografia de Andressa Urach

Várias revelações estão nas 240 páginas de "Morri Para Viver", biografia que chega nesta segunda (17) às livrarias com tiragem de um milhão de exemplares.

"Morri Para Viver" (Editora Planeta, R$ 36,90), biografia da modelo de 27 anos que chega na segunda (17) às livrarias com tiragem de um milhão de exemplares, quantidade superior à dos livros "Harry Potter".

A obra, a que a Folha teve acesso em primeira mão, só perde em tiragem nos últimos anos para o terceiro volume da biografia do bispo Edir Macedo, com 1,7 milhão de cópias. Não por coincidência, ambos os livros são dos mesmos autor e editora.

A biografia foi escrita por Douglas Tavolaro, vice-presidente de jornalismo da Record. O novo lançamento é fruto de um esforço hercúleo do canal de transpor para o papel, cinco meses depois da alta, o suplício que Andressa passou ao quase morrer por causa de substâncias proibidas que injetava no corpo para ficar mais curvilínea.

Um repórter investigativo do canal foi enviado à casa da família da modelo, em Porto Alegre, onde encontrou diários de adolescência em que ela relata ter sido abusada.
Imagem redimensionadaA voz narrativa é da pecadora redimida pela Igreja Universal do Reino de Deus —na dedicatória do livro, lê-se: "Ao Deus da Universal, que me salvou. O meu Deus".

A editora Planeta enviou à Folha uma declaração assinada por um executivo da gráfica RR Donneley, afirmando que um milhão de exemplares serão impressos. Procurada, a gráfica confirmou a autenticidade do documento.

A obra será propagandeada por pastores. "A recomendação da leitura na igreja conta muito", diz Luís Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro, que diz ter ficado "abismado" com a tiragem.

A modelo não dará entrevistas até o lançamento do livro, e deve ir antes a programas do canal. A editora Planeta informa que serão 30 os eventos de lançamento, começando pelo chique shopping JK Iguatemi e chegando a eventos mais populares, como a Bienal do Livro do Rio.

Em vez dos costumeiros trechos de críticas aclamando a obra, a biografia de Urach traz excertos de matérias do "New York Times" e "CNN" que apenas reportam sua existência em frases como: "A modelo era conhecida por discutir abertamente seus implantes de silicone". Nem uma linha sobre literatura.


Fonte: Folha de São Paulo

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