sábado, 11 de abril de 2015

O TABERNÁCULO DE MOISÉS E SUAS CERIMÔNIAS – QUARTA PARTE

Aqueles que O amam de todo o coração, desejarão dar-Lhe o melhor serviço de sua vida, e estarão constantemente procurando pôr toda a faculdade de seu ser em harmonia com as leis que promoverão sua habilidade para fazerem a Sua vontade.
Na oferta do incenso o sacerdote era levado mais diretamente à presença de Deus do que em qualquer outro ato do ministério diário. Como o véu interno do santuário não se estendia até ao alto do edifício, a glória de Deus, manifestada por cima do propiciatório, era parcialmente visível no primeiro compartimento. Quando o sacerdote oferecia incenso perante o Senhor, olhava em direção à arca; e, subindo a nuvem de incenso, a glória divina descia sobre o propiciatório e enchia o lugar santíssimo, e muitas vezes ambos os compartimentos, de tal maneira que o sacerdote era obrigado a afastar-se para a porta do santuário. Como naquele cerimonial típico o sacerdote olhava pela fé ao propiciatório que não podia ver, assim o povo de Deus deve hoje dirigir suas orações a … seu grande Sumo Sacerdote que, invisível aos olhares humanos, pleiteia em seu favor no santuário celestial.
O incenso que subia com as orações de Israel, representa os méritos e intercessão de Mashiadh. Sua perfeita justiça, que pela fé é atribuída ao Seu povo, e que unicamente pode tornar aceitável a Deus o culto de seres pecadores. Diante do véu do lugar santíssimo, estava um altar de intercessão perpétua; diante do lugar santo, um altar de expiação contínua. Pelo sangue e pelo incenso deveriam aproximar-se de Deus – símbolos aqueles que apontam para o grande Mediador, por intermédio de quem os pecadores podem aproximar-se de Jeová, e por meio de quem unicamente, a misericórdia e a salvação podem ser concedidas à alma arrependida e crente.
Quando os sacerdotes, pela manhã e à tardinha, entravam no lugar santo à hora do incenso, o sacrifício diário estava pronto para ser oferecido sobre o altar, fora, no pátio. Esta era uma ocasião de intenso interesse para os adoradores que se reuniam junto ao tabernáculo. Antes de entrarem à presença de Deus pelo ministério do sacerdote, deviam empenhar-se em ardoroso exame de coração e confissão de pecado. Uniam-se em oração silenciosa, com o rosto voltado para o lugar santo. Assim ascendiam suas petições com a nuvem de incenso, enquanto a fé se apoderava dos méritos do Salvador prometido prefigurado pelo sacrifício expiatório. As horas designadas para o sacrifício da manhã e da tardinha eram consideradas sagradas, e, por toda a nação judaica, vieram a ser observadas como um tempo reservado para a adoração. E, quando, em tempos posteriores, os judeus foram espalhados como cativos em países distantes, ainda naquela hora designada voltavam o rosto para Jerusalém e proferiam suas petições ao Deus de Israel. Neste costume têm os cristãos um exemplo para a oração da manhã e da noite. Conquanto Deus condene um mero ciclo de cerimônias, sem o espírito de adoração, olha com grande prazer àqueles que O amam, prostrando-se de manhã e à noite, a fim de buscar o perdão dos pecados cometidos e apresentar seus pedidos de bênçãos necessitadas.
Os pães da proposição eram conservados sempre perante o Senhor como uma oferta perpétua. Assim, era isto uma parte do sacrifício cotidiano. Era chamado o pão da proposição, ou “pão da presença”, porque estava sempre diante da face do Senhor. Êxo. 25:30. Era um reconhecimento de que o homem depende de Deus, tanto para o pão temporal como o espiritual, e de que este é recebido apenas pela mediação de Cristo. Deus alimentara Israel no deserto com pão do Céu e ainda dependiam eles de Sua generosidade tanto para o pão temporal como para as bênçãos espirituais… O incenso era posto sobre os pães. Quando o pão era retirado cada sábado, para ser substituído por outro, fresco, o incenso era queimado sobre o altar, em memória, perante Deus.
A parte mais importante do ministério diário era a oferta efetuada em prol do indivíduo. O pecador arrependido trazia a sua oferta à porta do tabernáculo e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima, confessava seus pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si para o sacrifício inocente. Pela sua própria mão era então morto o animal, e o sangue era levado pelo sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do véu, atrás do qual estava a arca que continha a lei que o pecador transgredira. Por esta cerimônia, mediante o sangue, o pecado era figuradamente transferido para o santuário. Nalguns casos o sangue não era levado ao lugar santo; mas a carne deveria então ser comida pelo sacerdote, conforme instruiu Moisés aos filhos de Arão, dizendo: “O Senhor a deu a vós, para que levásseis a iniqüidade da congregação.” Lev. 10:17. Ambas as cerimônias simbolizavam semelhantemente a transferência do pecado, do penitente para o santuário.
Tal era a obra que dia após dia continuava, durante o ano todo. Os pecados de Israel, sendo assim transferidos para o santuário, ficavam contaminados os lugares santos, e uma obra especial se tornava necessária para sua remoção. Deus ordenara que se fizesse expiação por cada um dos compartimentos sagrados, assim como pelo altar, para o purificar “das imundícias dos filhos de Israel”, e o santificar. Lev. 16:19.
Uma vez ao ano, no grande dia da expiação, o sacerdote entrava no lugar santíssimo para a purificação do santuário. O cerimonial ali efetuado completava o ciclo anual do ministério.
No dia da expiação dois bodes eram trazidos à porta do tabernáculo, e lançavam-se sortes sobre eles, “uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode emissário”. O bode sobre o qual caía a primeira sorte deveria ser morto como oferta pelos pecados do povo. E o sacerdote deveria levar seu sangue para dentro do véu, e aspergi-lo sobre o propiciatório. “Assim fará expiação pelo santuário por causa das imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e assim fará para a tenda da congregação que mora com eles no meio das suas imundícias.” Lev. 16:16.
“E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária.” Lev. 16:21 e 22. Antes que o bode tivesse desta maneira sido enviado não se considerava o povo livre do fardo de seus pecados. Cada homem deveria afligir sua alma, enquanto prosseguia a obra da expiação. Toda ocupação era posta de lado, e toda a congregação de Israel passava o dia em humilhação solene perante Deus, com oração, jejum e profundo exame de coração.
Importantes verdades concernentes à obra expiatória eram ensinadas ao povo por meio deste serviço anual. Nas ofertas para o pecado apresentadas durante o ano, havia sido aceito um substituto em lugar do pecador; mas o sangue da vítima não fizera completa expiação pelo pecado. Apenas provera o meio pelo qual este fora transferido para o santuário. Pela oferta do sangue, o pecador reconhecia a autoridade da lei, confessava a culpa de sua transgressão, e exprimia sua fé nAquele que tiraria o pecado do mundo; mas não estava inteiramente livre da condenação da lei. No dia da expiação, o sumo sacerdote, havendo tomado uma oferta para a congregação, ia ao lugar santíssimo com o sangue e o aspergia sobre o propiciatório, em cima das tábuas da lei. Assim se satisfaziam os reclamos da lei, que exigia a vida do pecador. Então, em seu caráter de mediador, o sacerdote tomava sobre si os pecados e, saindo do santuário, levava consigo o fardo das culpas de Israel. À porta do tabernáculo colocava as mãos sobre a cabeça do bode emissário e confessava sobre ele “todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados”, pondo-as sobre a cabeça do bode. E, assim como o bode que levava esses pecados era enviado dali; tais pecados, juntamente com o bode, eram considerados separados do povo para sempre. Este era o cerimonial efetuado como “exemplar e sombra das coisas celestiais”…
Ellen Gold White, Patriarcas e Profetas, páginas 353 a 356

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