quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

ONU pede que Vaticano entregue às autoridades envolvidos em abusos

A ONU pediu nesta quarta-feira (5) que o Vaticano "remova imediatamente" todos os clérigos que são responsáveis ou suspeitos de abuso de crianças e os entregue às autoridades civis, em um relatório sem precedentes sobre o tema da pedofilia na Igreja Católica.
O órgão da ONU que defende os direitos da infância disse que a Santa Sé também deve entregar seus arquivos sobre abuso sexual a dezenas de milhares de crianças para que os culpados, e os ligados ao crime, possam ser responsabilizados.
"O comitê está gravemente preocupado pelo fato de que a Santa Sé não realizou a extensão dos crimes cometidos, não tomou as medidas necessárias para lidar com casos de abuso sexual infantil e para proteger as crianças, e adotou políticas e práticas que levaram à continuidade dos abusos e à impunidade dos perpetradores", diz o relatório.
O Comitê da ONU para os Direitos da Infância disse que a Igreja Católica ainda não tomou as medidas para evitar a repetição de casos como o escândalo das lavanderias da Irlanda, em que meninas foram colocadas arbitrariamente em condições de trabalho forçado.
O órgão pediu uma investigação interna do caso e de casos semelhantes, para que os responsáveis possam ser processados e para que uma "compensação total" possa ser paga às vítimas e às suas famílias.
A comissão criada em dezembro de 2013 pelo Papa Francisco deveria investigar todos os casos de abuso sexual infantil, "assim como a conduta da hierarquia católica ao lidar com eles", diz o texto.
Integrantes do clero envolvidos em abuso foram transferidos de paróquia a paróquia em seus países, "em uma tentativa de acobertar tais crimes", acrescenta o relatório.
"Devido ao código de silêncio imposto sobre todos os membros do clero sob pena de excomunhão, casos de abuso sexual infantil dificilmente foram relatados às autoridades policiais nos países onde tais crimes ocorreram", diz o órgão da ONU.
Em uma sessão pública no mês passado, o comitê pressionou representantes do Vaticnao a revelar o alcance dos casos de pedofilia das últimas décadas dentro da Igreja.
O Papa Francisco afirmou, à época, que os casos "envergonham a Igreja".
O embaixador do Vaticano na ONU, monsenhor Silvano Tomasi, à esquerda, fala com o ex-responsável por investiga abusos na Igreja Charles Scicluna, antes do início de seu questionamento (Foto: Fabrice Coffrini/AFP)A delegação da Santa Sé, respondendo a perguntas pela primeira vez desde que o escândalo surgiu, há mais de duas décadas, negou as acusações de que o Vaticano tenha acobertado os casos e disse que foram criadas diretrizes claras para proteger as crianças.
O Vaticano deve publicar um comunicado sobre o relatório ainda nesta quarta.
O embaixador do Vaticano na ONU, monsenhor Silvano Tomasi, à esquerda, fala com o ex-responsável por investiga abusos na Igreja Charles Scicluna, antes do início de seu questionamento em 16 de janeiro (Foto: Fabrice Coffrini/AFP)
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