quinta-feira, 22 de março de 2012

O importante é ser salvo no final

salvação2222 2º SM 9:1-13
 A bondade de Deus é um dos dois temas deste capítulo e significa a misericórdia e o favor do Senhor com os que não são merecedores.
Pelo modo como Davi tratou Mefibosete, observamos um retrato da bondade de Deus com os pecadores.
Davi havia prometido tanto a Saul quanto a Jônatas que não exterminaria seus descendentes quando se tornasse rei
(1º Sm 20:12-17, 42; 24:21) e, no caso de Mefibosete, filho de Jônatas, Davi não apenas cumpriu sua promessa como também foi além de seu dever.
O segundo tema importante desse capítulo é a realeza de Davi. O nome Davi é usado sozinho seis vezes neste capítulo; em seis ocasiões ele é chamado de rei Davi.
Sem dúvida, temos aqui um retrato de Jesus Cristo, o Filho de Davi, que por sua morte, ressurreição e ascensão foi glorificado no trono celestial e, agora, pode conceder suas bênçãos espirituais aos pecadores necessitados.
O nome Davi significa “amado”, e Jesus é o Filho amado de Deus (Mt 3:17; 17:5), enviado ao mundo para salvar os pecadores.

1) O rei encontra Mefibosete (vs 1-4) [destruidor da vergonha]
O príncipe coxo vivia da outra banda do Jordão numa cidade chamada Lo-Debar, que significa “lugar sem pastor” ou “terreno deserto”.
É importante observar que a motivação de Davi para procurar Mefibosete não foi à condição triste de um homem aleijado, mas sim o desejo de Davi honrar Jônatas.
Mefibosete estava com cinco anos de idade quando seu pai morreu em combate (2º Sm 4:4) e, portanto, a essa altura, estaria com cerca de 21 anos de idade e também tinha um filho (2º Sm 9:12).
O mesmo acontece com os filhos de Deus: são chamados e salvos, não por merecerem alguma coisa de Deus, mas por amor a Jesus Cristo, Filho de Deus (Ef 1:6; 4:32).

2) O rei chama Mefibosete (vs. 5-8)
O que teria passado pela mente desse príncipe aleijado ao ser convocado a se apresentar diante do rei?
Alguém teve de ajudar o rapaz a chegar até o palácio, onde ele se prostrou diante de Davi - algo difícil para um homem aleijado de ambos os pés - e reconheceu sua dignidade.
O rei chamou-o pelo nome e lhe garantiu, no mesmo instante, que não havia coisa alguma a temer.
Em seguida, Davi adotou Mefibosete extraoficialmente ao devolver-lhe as terras que o pai, Jônatas, teria herdado de Saul e, depois, ao convidá-lo a viver no palácio e comer à mesa do rei.
O fato de Davi ter tomado a iniciativa de resgatar Mefibosete nos lembra de que foi Deus quem deu o primeiro passo em nos buscar e não nós:
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (Jo 15:16).
Estávamos separados de Deus e éramos seus inimigos; no entanto, ele nos amou e enviou seu Filho para morrer por nós: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8).
“Nossa herança é muito mais do que um pedaço de terra aqui no mundo: é um lar eterno no céu”!


3) O rei dá riquezas a Mefibosete (vs. 9-13)
Davi incluiu Mefibosete em sua família, supriu suas necessidades, protege-o e permitiu que comesse à mesa dele.
Não seria fácil cuidar de um homem adulto, aleijado de ambos os pés, mas Davi prometeu que o faria.
Mefibosete considerava-se um “cão morto” (v. 8), assim como nós também estávamos “mortos” em nossos pecados e transgressões quando Jesus nos chamou e nos deu uma nova vida: Efésios 2:1-6:
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2 Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
3 Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4 Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 Estando nós ainda mortos em nossas ofensas nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6 E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2:1-6).
Temos uma posição mais elevada do que aquela que Davi deu a Mefibosete, pois nos assentamos no trono com Jesus Cristo e reinamos em vida com ele (Rm 5:17).
Deus nos dá as riquezas de sua misericórdia e graça
(Ef 2:4-7) e também as insondáveis riquezas em Cristo (Ef 3:8).
Deus supre todas as nossas necessidades, usando para isso não os tesouros de um rei aqui da terra, mas sim sua riqueza em glória (Fp 4:19).
Mefibosete passou o resto de seus dias na Jerusalém aqui na terra (2º Sm 9:13), mas os filhos de Deus de hoje já são cidadãos da Jerusalém celestial, onde habitarão para sempre com o Senhor (Hb 12:22-24).

4) A revolta de Absalão (2º Sm 14 - 15)
Davi era muito apegado a Absalão e, tendo superado a morte de Amnon, desejava retomar a comunhão com seu filho exilado, ausente há três anos. Mas o medo da opinião pública o fazia hesitar em conceder o perdão ao seu filho.
Joabe, percebendo essa luta entre a afeição paternal e o dever real concebeu um plano que envolveu uma mulher sábia do campo e uma história contra ao rei.
Depois da reconciliação (2º Sm 15:1) Absalão tomou posse dos símbolos da realeza (cf. 1º Sm 8:11). Depois passou a furtar os corações dos homens com suas audiências públicas que aconteciam sempre pela manhã num tribunal presidido do lado de fora, à porta da cidade.
Absalão ali se colocava para obter favorecimento. Como o rei estava ocupado com outras questões ou com as guerras, além de estar envelhecendo, muitas questões ali ficavam sem solução, o que acabava criando um profundo sentimento entre o povo.
Absalão se aproveitava dessa situação para minar seu pai, concedendo a todos que podia acordos favoráveis e demonstrando a todos a sua cordialidade. Desse modo, ele obtinha a afeição das pessoas sem que elas percebessem sua ambição maligna. Até o nome do Eterno ele usou para se beneficiar fraudulosamente (2º Sm 15:7).
Em 2º Sm 15:10-12 Absalão tramou uma conspiração, que incluía levar alguns dos líderes para dar a impressão de que o rei apoiava a ação, e que, por causa da sua idade avançada, estava compartilhando o reinado.
Tudo isso era um disfarce sútil para Absalão ter a liberdade para planejar a sua revolta. Absalão conseguiu fazer tudo isso não pela sua esperteza, mas pela negligência de seu pai
(cf. 1º Rs 1:6).
5) Ziba um obreiro fraudulento (2º Sm 16 1:4)
Ziba, certamente tentando ser aprovado aos olhos de Davi ao levar-lhe esses presentes, acusou seu dono de deslealdade ao rei e participação na conspiração de Absalão com o propósito de derrubar a casa de Davi.
Assim, a casa de Saul retornaria o trono, e seria ele o rei. Essa era uma acusação falsa (cf. 2º Sm 19:24:25), mas convenceu Davi, que acreditou na história e tomou uma decisão grave e dura que infligiu o mal a um verdadeiro amigo, Mefibosete.
“Então disse o rei a Ziba: Eis que teu é tudo quanto tem Mefibosete. E disse Ziba: Eu me inclino, que eu ache graça em teus olhos, ó rei meu senhor” (2º Sm 16:4).

A importância da autoridade:
Deus age a partir do seu trono, e o seu trono esta estabelecido sobre a sua autoridade. O pecado contra o poder é mais facilmente perdoado do que o pecado contra autoridade, porque este é um pecado contra o próprio Deus.
Rebelar-se contra a autoridade representativa de Deus é o mesmo que rebelar-se contra Deus! A primeira lição que um obreiro tem de aprender é obediência à autoridade. As divisões e desentendimentos frequentes dentro da Igreja brotam da rebeldia.
Sujeição à autoridade não se limita a estar sujeito a uma pessoa, mas é estar sujeito à unção que vem a ela quando Deus lhe ordena que seja uma autoridade. Aquele que resiste à autoridade resiste a Deus e aquele que resiste incorrerá em julgamento. A consequência da resistência à autoridade é morte.
O arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo difamatório contra ele; pelo contrário, disse “o Senhor te repreenda” (Jd 9). Por quê? Porque numa certa ocasião Deus estabeleceu Lúcifer como o chefe dos arcanjos; e Miguel, sendo um arcanjo, estivera sob sua autoridade.
“... quem vos der ouvidos, ouve-me a mim, e, quem vos rejeitar, a mim me rejeita” (Lc 10:16). Se Deus teve coragem de confiar sua autoridade aos homens, então precisamos de coragem para obedecer. Se a pessoa com autoridade está certa ou errada não nos diz respeito, uma vez que é diretamente responsável para com Deus (Ananias X Saulo).
DEUS GOSTA DE DELEGAR SUA AUTORIDADE E TAMBÉM RESPEITA SEUS DELAGADOS! Aquele que reconhece a autoridade será dedicado e respeitoso.

Três requisitos para uma autoridade delegada
1. Deve reconhecer que toda autoridade procede de Deus;
2. Deve constantemente estar em comunhão com o Senhor;
3. Jamais tente estabelecer sua própria autoridade (é preciso nascer de novo).
A origem de Satanás
Foi à rebeldia que provocou a queda de Satanás. Ele violou a autoridade divina. A rebeldia é uma questão de princípio. Considerando que todo o universo está sob o domínio de Deus, temos que nos sujeitar à sua autoridade
Deus tem o propósito de manifestar sua autoridade ao mundo através da Igreja. Por que Samuel disse que “obedecer (shimoa) é melhor do que sacrificar?”
Porque mesmo no sacrifício pode haver o elemento da vontade própria. Só a obediência honra a Deus de maneira absoluta, pois só ela coloca a vontade de Deus no centro.
Nosso Senhor considerava o obedecer à autoridade de Deus mais importante do que o sacrificar-se sobre a cruz. À vontade representa autoridade. Saul poderia oferecer bois e ovelhas, mas Deus jamais os aceitaria como sacrifício a Ele porque havia um princípio satânico envolvido, a saber, a rebeldia.
Antes de podermos trabalhar para Deus temos de ser conquistados por sua autoridade. Saibamos que no universo existem dois princípios: o da autoridade de Deus e o da rebeldia satânica.
Satanás ri quando uma pessoa rebelde prega a Palavra, pois nessa pessoa habita o princípio satânico! Só aquele que está debaixo de autoridade pode constituir uma autoridade.

6) Davi encontra-se com Mefibosete (2º Sm 19:24-28)
Mefibosete também foi ao encontro de Davi, exibindo as tradicionais marcas do luto, e explicou que não havia seguido Davi no exílio porque fora enganado pelo seu servo Ziba (cf. 2º Sm 16:1-4). Ele foi até Davi com grande humildade, generosidade de espírito e gratidão, reconhecendo todo o bem que o rei lhe fizera antes do engano doloso.
2º Sm 19:28 – “Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; e contudo puseste a teu servo entre os que comem à tua mesa; e que mais direito tenho eu de clamar ao rei?”.
Mefibosete teve, apenas, metade de tudo que era seu de volta: “... Tu e Ziba reparti as terras” (2º Sm 19:29).
7) Davi poupa a Mefibosete (2º Sm 21:1-7)
Quando Israel passou por um período de fome que durou três anos, Davi reconheceu isso como disciplina de divina
(cf. Dt 28:47-48) e buscou ao Senhor pela razão.
Mediante a revelação divina, Davi ficou sabendo que a fome era resultado de um pecado cometido por Saul; ele tinha matado os gibeonitas.
É provável que Saul estivesse tentando fazer o que Deus ordenara, ou seja, livrar a Terra Prometida do remanescente de ímpios para que Israel prosperasse.
Porém o zelo de Saul havia cometido um pecado grave; havia quebrado uma aliança feita 400 anos antes entre Josué e os gibeonitas, que já estavam na terra quando Israel dela se apossou.
Eles enganaram Josué para conseguir fazer uma aliança com ele; porém, tratava-se, assim mesmo, de uma aliança (cf. Js 9:3-27). A manutenção de uma aliança não era uma questão sem importância aos olhos do Eterno.

2º Sm 21:3-6: – “Disse, pois, Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? E que satisfação vos darei, para que abençoeis a herança do Senhor? 4. Então os gibeonitas lhes disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tão pouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel. E disse ele: Que é, pois que quereis que vos faça? 5. E disseram ao rei: O homem que nos destruiu, e intentou contra nós de modo que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em termo algum de Israel, 6. De seus filhos se nos deem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor em Gibeá de Saul, o eleito do Senhor. E disse o rei: Eu os darei”.
O importante para Mefibosete não foi ser filho de um rei de Israel, comer na mesa do rei e andar como um príncipe. O mais importante vem a seguir.
2º Sm 21:7 – “PORÉM O REI POUPOU A MEFIBOSETE, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do Senhor, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul”.



Conclusão:
Mefibosete é um nome difícil de guardar e de pronunciar, mas nos lembramos de algumas verdades maravilhosas sobre esse personagem:
O mais importante de tudo o que aconteceu na vida de Mefibosete foi ser salvo no final. Lembre-se o que importa em sua vida é que você será salvo no final.
Glorifique sempre ao Eterno quando passares por injustiças, quando fores invejado, difamado e caluniado, pois, você está na palma do Eterno. Isso é o que importa. Aleluia.


Pr. Islei Santos

Teólogo, Mestre em Teologia Bíblica do Novo Testamento pelo Seminário Teológico Batista Nacional Enéas Tognini de São Paulo, Professor de Teologia e Escritor. Casado com Alessandra Santos, pai de dois filhos, Filipe e Gabriel. Reside em São Paulo capital.

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