quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Devassa no Turismo leva PF a prender 35 pessoas / Dilma faz ‘faxina’ também na Conab / ONG do Turismo usou documentos falsos em convênios .

 

 
Estadão mostra que Ibrasi usou declarações de prefeitura e vereador para se credenciar para receber dinheiro do Ministério do Turismo
 

PF prende 35 em escândalo no Ministério do Turismo
A Operação Voucher da Polícia Federal prendeu até a noite de ontem 35 pessoas vinculadas a um suposto esquema de corrupção no Ministério do Turismo. Entre os detidos estão o atual número dois da pasta, Frederico Silva da Costa, e um ex-ocupante do cargo, Mário Moyses, ligado à senadora Marta Suplicy (PT). A ação aumentou a crise entre PT e PMDB dentro do governo. O Turismo é comandado pelo peemedebista Pedro Novais, mas o contrato investigado foi celebrado na gestão do PT, em 2009. A investigação apontou fraudes e desvios de recursos em um convênio de R$ 4,4 milhões do ministério com uma ONG para suposta capacitação profissional no Amapá. Documentos obtidos pelo Estado revelam o uso de atestados falsos pela entidade para celebrar o contrato e duas emendas parlamentares, de R$ 4 milhões e R$ 5 milhões, da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) destinando dinheiro para a ONG. Segundo a polícia, parte do dinheiro foi desviada e o objetivo do contrato não saiu do papel. Fátima negou responsabilidade pelo desvio.

ONG usou documentos falsos em convênios
O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), investigado pela Polícia Federal por desvio de dinheiro público, fraudou a documentação para assinar convênios com o Ministério do Turismo.
Documentos obtidos pelo Estado mostram que o instituto falsificou declarações de qualificação técnica e capacidade operacional supostamente emitidas por entes ou agentes governamentais, ou usou papéis que não têm valor legal. O Ibrasi já recebeu R$ 14 milhões do Turismo em dois anos. Na sede, uma funcionária informou ontem que ninguém poderia atender para comentar a operação da PF.
Foi apresentada, por exemplo, uma declaração da Prefeitura de Jaguariúna (SP), que a administração da cidade diz desconhecer. “A declaração não tem existência legal, não está registrada, ou sequer (sic) é de conhecimento do titular da secretaria. Desta forma, não tem valor oficial”, informou a prefeitura.
Cópias. Declaração semelhante foi apresentada pelo instituto ao Ministério do Turismo, proveniente do gabinete do vereador paulistano Adolfo Quintas (PSDB). Quintas confirmou que um funcionário de seu gabinete assinou o documento, mas admitiu que o Legislativo não tem prerrogativas para emitir declaração de qualificação técnica e funcionamento regular. Ele disse ainda desconhecer o Ibrasi. “Nem sei quem é esse instituto. Nunca ouvi falar”, disse o vereador tucano.

Ligação de Marta com suspeito vira munição contra candidatura
A Operação Voucher foi alvo de críticas dos petistas no Congresso, mas despertou internamente no PT uma torcida, ainda que discreta, para que a crise no Ministério do Turismo respingasse na senadora Marta Suplicy (SP).
Líderes petistas ouvidos pelo Estado lembravam que Mario Moysés, ex-presidente da Embratur e ex-secretário executivo da pasta quando Marta fora ministra (2007-2008), era ligado à senadora. Trabalhara no gabinete dela na Prefeitura e fora seu coordenador de imprensa na campanha municipal de 2008. Ontem, no Senado, Marta chegou a se refugiar no banheiro para não falar sobre o caso.
A torcida adversária de Marta dentro do PT foca a disputa pela Prefeitura em 2012. Nas últimas semanas, a ex-prefeita começou a articular sua pré-campanha movimentando-se por um terreno fragmentado, que conta com outros quatro pré-candidatos.

Dilma tenta segurar ministros do PMDB, no centro das crises
A presidente Dilma Rousseff avalia que o escândalo no Ministério do Turismo é mais grave e tem maior potencial de estrago do que as denúncias de corrupção envolvendo a pasta da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Dilma tenta segurar tanto o ministro do Turismo, Pedro Novais, como o da Agricultura, Wagner Rossi. O primeiro foi indicado pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). O segundo é afilhado do vice-presidente da República, Michel Temer.
É Temer quem está fazendo a ponte para evitar que a crise escancarada no Turismo afete o relacionamento do PMDB com o Planalto. Quanto a Rossi, o vice está tranquilo. Dilma ordenou a demissão dos diretores da Conab, mas, sem querer comprar briga com Temer, está decidida a preservar o ministro. A menos que, mais para a frente, não haja condições políticas para a manutenção dele.

Dilma faz ‘faxina’ também na Conab
A presidente Dilma Rousseff ordenou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) passe pelo mesmo processo de “faxina” dos Transportes. Do presidente aos assessores ligados a políticos, todos serão afastados e substituídos por “técnicos”.

EUA mantêm juro e bolsas se recuperam em dia volátil
Em dia de volatilidade, as bolsas recuperaram parte das perdas da segunda-feira. A melhora foi atribuída à mensagem do Fed (o banco central dos EUA) de que os juros permanecerão entre 0% e 0,25% ao ano ao menos até 2013. Analistas também disseram que as ações ficaram atraentes após a queda generalizada desde a semana passada. Houve alta de 5,1% na Bolsa de São Paulo, a maior desde outubro de 2009, e de 3,98% em Nova York. Ninguém se arriscou a dizer se a retomada vai se manter nos próximos dias.

Cortes atingirão três Poderes
Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), Congresso e Judiciário terão de ajudar o governo no corte de despesas para enfrentar a desaceleração da economia mundial.

Polícia multa à distância em estradas de SP
Em uma iniciativa inédita, há 10 dias a Polícia Rodoviária Estadual utiliza as 90 câmeras de monitoramento instaladas pelas concessionárias no Sistema Castelo-Raposo Tavares e as 33 do Trecho Oeste do Rodoanel para autuar motoristas infratores. As câmeras ficam no topo de postes, a mais de 20 metros de altura, e captam imagens a 360 graus em um raio de 1,5 km.

Londres chama 16 mil policiais contra violência
A Grã-Bretanha viveu a quarta madrugada de saques e choques entre a polícia e jovens de periferia, relata Andrei Netto. Criticado, o primeiro-ministro, David Cameron, interrompeu férias.


O GLOBO

PF prende 35 no Turismo, e governo reclama de ‘abuso’
Em mais um escândalo na Esplanada dos Ministérios, a Polícia Federal prendeu ontem 35 pessoas por desvio de recursos do Turismo, entre elas o secretário executivo da pasta, Frederico Silva da Costa (indicado pelo PMDB com apoio do PTB), o ex-presidente da Embratur Mario Moyses (ligado ao PT e à senadora Marta Suplicy) e o secretário Colbert Martins, ex-deputado pelo PMDB da Bahia, além de servidores e empresários. “O que a gente sabe é que o dinheiro chegava às mãos deles (Costa e Moyses) por esse esquema”, afirmou o diretor executivo da PF, Paulo de Tarso Teixeira, referindo-se ao desvio de recursos via emendas parlamentares. Só num dos endereços do diretor executivo da ONG Ibrasi, Luiz Gustavo Machado, também preso, policiais encontraram R$ 610 mil em espécie. Os valores desviados podem superar a casa dos R$ 10 milhões. O PMDB e o Planalto saíram em defesa do ministro do Turismo, Pedro Novais, alegando que os fatos aconteceram antes de ele assumir. Líderes governistas acusaram a Justiça e o Ministério Público de abuso, e a ministra Ideli Salvatti chegou a dizer que Novais foi vítima de “armação da imprensa”.

Número 2 do Ministério do Turismo tem currículo repleto de denúncias
Preso ontem pela Polícia Federal, o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, foi promovido ao segundo cargo mais importante da pasta, em janeiro deste ano, mesmo sob acusações de desvio de verbas da extinta Sudam ( Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), favorecimento de empresa de sua família e irregularidades na gestão de convênios federais. Graças ao apoio das bancadas de diversos partidos no Congresso, devidamente recompensadas com a liberação de emendas, atravessou oito anos blindado das denúncias em postos importantes do ministério, administrado no período por PTB, PT e PMDB.
Fred, como é conhecido, chegou à pasta em 2003, como nome imposto ao ex-ministro Walfrido Mares Guia (PSB, ex-PTB) pelo então presidente nacional do PTB, José Carlos Martinez (falecido em 2003). Assumiu a diretoria do Departamento de Financiamento e Promoção de Investimentos, que capta investimentos de organismos externos. Com a troca de comando no ministério, assumido em 2007 pela petista Marta Suplicy, foi alçado à Diretoria de Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo. No ano seguinte, com a ascensão de Luiz Barretto (PT-SP), foi promovido a secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, que controla a liberação de verbas de emendas para obras e qualificação de operadores de turismo, área sob investigação da PF.

Rota de fuga para o banheiro
Responsável pela nomeação do ex-presidente da Embratur Mário Moyses, preso na Operação Voucher, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) chegou a se esconder no banheiro do cafezinho do plenário do Senado para fugir de jornalistas. Impecável num tailler vermelho, a vice-presidente da Casa se encastelou na cadeira de presidente por quatro horas, de olhos grudados no computador, enquanto a oposição criticava o desvio de R$4 milhões no Ministério do Turismo, durante parte da gestão de Marta.
Moyses foi braço-direito de Marta em São Paulo, inclusive em campanhas. No período em que presidiu a sessão, ela manteve o semblante contrariado. Quando o senador Mário Couto (PSDB-PA) falou de “ladrões” no Turismo, citando a prisão de Moysés, ela virou o rosto para o lado, com expressão de impaciência.
- Malditos aqueles que roubam! Mas vão pagar, doa a quem doer, presidenta! – bradava Couto, enquanto Marta olhava fixamente para a tela de seu computador.
 
 
 FONTE : O ESTADO DE S. PAULO
 
Via Gritos de Alerta

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