terça-feira, 19 de julho de 2011

Israel: A prova da soberania de Deus – As setenta semanas de Daniel


O profeta Daniel foi deportado, na adolescência, para a Babilônia, no ano 605 antes de Cristo, onde viveu sessenta anos. O seu nome significa “Deus é meu juiz”. Seu livro abrange o seu tempo de vida. O livro de Daniel tem um propósito claro: Mostrar a soberania de Deus na história.

As profecias são precisas, e falam de reinos que se levantariam ao longo dos séculos, até nossos dias. Neste texto vamos apenas analisar um pouco do conteúdo profético das setenta semanas, expostas no capítulo 9, em que mais uma vez o “relógio” de Deus é vinculado à história da Israel, tendo Jesus como o centro de todas as coisas

O conhecimento dos conteúdos proféticos não deve servir para satisfazer curiosidades e especulações, mas para produzir em nós um maior desejo de adorar ao Senhor e de temor a sua palavra.

Note como foi que Daniel recebeu essa revelação, ao longo do mesmo capítulo. Tal deve ser a nossa postura.

v. 3 – Oração e Jejum: “E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos, com jejum e saco e cinza.”
v. 4 – Confissão e quebrantamento: “Pecamos e cometemos iniqüidade, e procedemos impiamente e fomos rebeldes, apartando de teus mandamentos.”
v. 5 – Humildade e reconhecimento da soberania do Senhor: “A ti Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto...”
v. 20-23 – Eis o resultado: “Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo, Israel, e lançando súplica... O varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me... e me instruiu e falou comigo... (e disse) No princípio das tuas súplicas saiu a ordem, e eu vim para to declarar, porque és mui amado, toma pois bem sentido na palavra, e entende a visão...”

Vejamos os capítulos 24 a 27, que tratam das setenta semanas.

(v. 24) Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão e dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer justiça eterna e selar a visão e a profecia, e para urgir o Santo do santos.

Temos aqui algumas definições básicas:

  • Setenta semanas estão determinadas = período de tempo



  • Para extinguir a transgressão... dar fim aos pecados...trazer justiça eterna... selar a visão e a profecia... ungir o Santo dos santos = fim de todas as coisas aqui na terra e da vida do homem em carne.



  • (v.25 e 26.A) Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas: as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será tirado o messias e não será mais...

    Por volta do ano 536 a.C. Ciro, Rei da Pérsia, permite aos israelenses o retorno para edificar o templo de Jerusalém (veja Esdras 1). Porém, a profecia está se referindo a permissão dada por Artaxerxes I para que Neemias reconstrua Jerusalém, por volta do ano 445 a.C. (veja Neemias 2).

    Da permissão de Artaxerxes I para a conclusão da reconstrução de Jerusalém foram 7 semanas de 7 anos, isto é, 49 anos (7x7). Profecia cumprida.

    Do término da reconstrução de Jerusalém até ao Messias (Jesus), seriam 62 semanas de 7 anos = 434 anos (62x7). Ou seja, da ordem de Antaxerxes a morte do Messias (Jesus) seriam 483 anos, ou 69 semanas de sete anos (69x7). Fatos plenamente cumpridos.

    Você pode estar perguntando duas coisas:

  • de 445 a.C. (permissão para reconstruir Jerusalém) até 33 d.C.(morte de Jesus na cruz) temos 478 anos, faltando 5 para completa exatidão?



  • As datas históricas são aproximadas e não reais. Também há debates fortíssimos sobre nosso calendário. Presumem-se erros que podem chegar até a 7 anos. Portanto, é importante notarmos como tudo aponta para a precisão bíblica.

  • São 70 semanas... e a última?



  • Vejamos então:

    (v. 26 e 27.B) ...E o povo que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será como uma inundação; e até o fim haverá guerra: estão determinadas assolações. E Ele firmará um concerto com muitos por uma semana: e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso será a consumação; e o está determinado será derramado sobre o assolador.

    Após a morte de Cristo, Deus levanta um povo de todas as nações, Israel é deixado de lado por 2 mil anos, por sua rejeição a Jesus. As semanas dizem respeito a Israel, portanto a última semana sofre um intervalo histórico, pois a Nação de Israel não existiu nesse período, e humanamente falando, seria impossível que um dia pudesse existir novamente. Como um povo disperso pelas nações por dois mil anos guardaria sua identidade? O Senhor da História sabe como.

    A destruição de Jerusalém acontece no ano 70 depois de Cristo, por ordem do imperador Tito. Este fato predito em Daniel foi reafirmado por Jesus (veja Lucas 19: 43-44).

    No ano de 1948 é restaurado o estado de Israel. Jerusalém volta aos judeus em 1967. Este fato é cumprimento de diversas profecias, que foram estudadas na parte I dessa série e será continuada em outros. O cenário para o cumprimento da última semana já está montado e ela acontecerá nos próximos anos. Quando? Outras profecias indicam uma incrível brevidade.

    O que será esta última semana?

    A profecia em Daniel diz que até o fim haverá guerras e assolações. Onde está o centro do conflito que aterroriza o mundo? Oriente Médio. Qual o motivo? A rejeição dos mulçumanos, detentores de cerca de 99,8% daquela área, a existência legítima de Israel (cerca de 0,2% do Oriente Médio).

    O texto de Daniel diz que “ele” firmará um concerto com muitos por uma semana. Estão temos o início do cumprimento da última semana de Daniel. Esta semana, tal como as outras, representam 7 anos.

    Daniel relata um acordo de paz mundial, que cessarão os conflitos. Este acordo acontecerá entre Israel e os mulçumanos, patrocinado pelo anticristo. Isto envolverá a reconstrução do templo de Jerusalém, fato pelo qual Israel se prepara há muitos anos, inclusive com o preparo cerimonial. Há um impedimento, a presença de uma mesquita islâmica no local do templo de Salomão, porém, o anticristo conseguirá um pacto que tirará esse impedimento, como será isto não sabemos.

    Porém, na metade dos sete anos, haverá um rompimento do acordo, e o anticristo entrará no templo de Jerusalém e exigirá ser adorado. Fará prodígios e sinais.

    Daniel usa o termo na “asa da abominação”. Jesus ao falar sobre isto, disse:

  • Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo, que lê entenda. E logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do filho do homem; e todos os povos da terra se lamentarão.



  • Para entendermos melhor todo esse contexto, temos que ir para o capítulo 12 de Daniel e o capítulo 12 do livro de Apocalipse.

    Capítulo 12 de Daniel:

  • (v. 1-3) E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.



  • Temos aqui a profecia da grande tribulação e da redenção da igreja.

  • (v.4) E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.



  • Eis aqui uma realidade dos nossos dias. Tempo de profunda inquietação. Satanás colocou o mundo em um “trem” veloz. As pessoas estão sendo instadas a estudar mais, trabalhar mais, renunciar ao descanso, ao lazer, à família etc. Os homens foram lançados em uma corrida alucinante. Multiplicaram-se os cursos de todos os tipos, forçando as pessoas a ocuparem todo seu tempo com coisas que na maioria das vezes não tem aplicação prática em seu trabalho.

    Outro elemento dos nossos dias é a multiplicação do conhecimento, usado cada vez mais para afrontar a Deus. Criou-se um ilusionismo para tentar transformar suposições absurdas em verdades, e os homens cada vez mais estão se endurecendo diante das verdades bíblicas.


  • (v. 7) E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual levantou ao céu a sua mão direita e a sua mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas.



  • A expressão tempo, tempos e metade do tempo está também no capítulo 12 do livro do Apocalipse

  • v.14 – “E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente”.



  • Um tempo é uma parte das setenta semanas, tempos equivale à divisão das setenta semanas em três partes (7, 62 e 1) e metade de um tempo, equivale metade da última semana que são três anos e meio (ou quarenta e dois meses ou 1.260 dias) da grande tribulação. No capítulo 11:2 de Apocalipse, a bíblia diz que o anticristo profanará o templo por quarenta e dois meses e no versículo 3 diz que as duas testemunhas profetizarão por 1.260 dias, vestidas de pano de saco.

    Por fim, quando o anticristo reunir as nações para destruir Israel, o Senhor Jesus voltará e destruirá o anticristo. Jesus salvará os que permaneceram fiéis na grande tribulação e Israel o reconhecerá como o Messias. É importante lembrar que muitos cristãos crêem no arrebatamento da Igreja caracterizada por Filadélfia (Apoc. 3:10) antes da grande tribulação, com a Igreja caracterizada por Laodicéia (Apoc. 3:18) passando por ela para ser provada. Outros crêem que o arrebatamento será no mesmo período que Jesus voltará também para salvar Israel na batalha do Amargedon. Outros crêem que Jesus arrebatará sua Igreja no final dos primeiros 3 anos e meio dos 7 anos de Daniel. Não vamos aqui emitir qualquer posição sobre o assunto.

    É impossível dissecar todo o assunto neste texto. O assunto é longo, principalmente se entrarmos nos desdobramentos no livro de Apocalipse. Breve teremos mais textos.

    Devemos conhecer as profecias que o Senhor deixou para seu povo. A Bíblia é um livro de precisão majestosa. Os homens estão cada vez mais presos ao ocultismo e esoterismo, coisas que o falso profeta usará para atrair a curiosidade dos homens. Os cristãos precisam estar cientes do engano que assola a terra e que vai se intensificar ao ponto de tentar enganar os escolhidos.

    Não devemos usar as profecias para especulações e debates inúteis, cabe a nós entender que elas estão sendo concluídas em nossos dias, por isso devemos viver em total rendição ao Senhor Jesus e viver plenamente a sua vida, tendo uma atitude desapego a este mundo condenado a destruição.

    O profeta Daniel Conclui:

  • (12: 8-10) Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas? E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.

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