sábado, 23 de julho de 2011

Denunciam impunidade após brutal massacre de muçulmanos salafistas contra cristãos

CAIRO, 23 DE JULHO

Os cristãos coptos atacados este fim de semana por um grupo de muçulmanos extremistas, conhecidos como os salafistas, denunciaram a total impunidade da que goza este grupo islâmico fundamentalista e a brutalidade de seus ataques, assim como a inatividade das forças da ordem ante as constantes agressões.

Conforme indicou a agência EFE o psicólogo copto Amgad Jairy, "o Exército não está fazendo nada, não está colocando as pessoas na prisão". Deste modo lamentou que a queima de templos como os cristãos "sempre fique impune".

Jairy disse também que "os cristãos temos perdoado durante 1400 anos e agora estamos repletos " e "suportamos e perdoamos todo tipo de ataques".

O psicólogo fez estas declarações durante uma concentração de protesto pelo brutal ataque realizado dois dias atrás por um grupo de muçulmanos contra a igreja de Mar Mina, no bairro de Imbaba no Cairo, depois de que se estendesse o rumor de que uma cristã convertida ao Islã teria permanecido encerrada no templo contra sua vontade.

O analista do Centro Al Ahram para Estudos Políticos e Estratégicos, Emed Gad, assinalou que "o principal problema neste conflito é que nem o Exército nem a Polícia egípcias fizeram nada para prevenir o ataque".

Para Gad, a chave do assunto é "a reação do Conselho Superior das Forças Armadas, que deveria aplicar a lei e prender os salafistas", o grupo extremista islâmico que está atrás do ataque aos cristãos.

"Durante as mais de seis horas que durou o assalto, o Exército não interveio e possivelmente porque (os salafistas) querem que haja problemas graves de segurança no Egito para logo tomar o controle da segurança do Estado", acrescentou.

Quem são os salafistas?

Paul Marshall, do Hudson Institute’s Center for Religious Freedom, explica que os salafistas são um grupo extremista islâmico que está se aproveitando da crise atual no Egito para impor "sua versão repressiva do Islã" e cujo principal alvo em sua ação são os cristãos coptos.

No último 20 de março, na localidade de Qena, um grupo de salafistas, incluindo um policial que não estava em serviço, acusaram um copto de nome Ayman Mitri por ter supostamente alugado um apartamento a uma prostituta. Como "castigo" teve uma orelha cortada, mutilaram-lhe a outra e cortaram-lhe o pescoço.

Os atacantes disseram logo à polícia que este castigo foi executado porque se "adequava à lei islâmica". As forças da ordem aceitaram a explicação e, assim como quando atacavam os cristãos no regime do derrocado presidente Hosni Mubarak, alentaram à "reconciliação" entre os muçulmanos extremistas e os cristãos.

Três dias depois, no dia 23 de março, os salafistas atacaram aos cristãos novamente. Essa vez foi a igreja de Saint George que sofreu a agressão. Ali os muçulmanos exigiram deter a ampliação do templo, que o governo tinha aprovado depois da solicitude dos coptos.

No dia 27 de março bloquearam a igreja Saint Mary em Giza, aduzindo que não tinha alvará. Obtiveram que o culto fosse proibido até novo aviso por parte das autoridades locais.

Em 28 de março atacaram uma loja de licores cujo proprietário era um cristão copto. Os extremistas destruíram várias lojas e exigiram seu fechamento No ataque mataram um aldeão desta localidade de Kars-El- Bassil e feriram outros oito.

No dia 5 de abril, centenas de extremistas salafistas ocuparam a igreja de Saint John em Kamadeer, paralisando as reparações dos danos causados pelas chuvas. Ali ameaçaram os coptos dizendo que não se permitia, a partir desse momento, rezar no lugar.

Para "mitigar" o ataque, os extremistas muçulmanos disseram aos coptos que podiam construir outro templo a 200 metros do lugar atual, mas sem cruz, sem sino e sem qualquer outro símbolo que permitisse identificar o lugar como um templo cristão.

Ao 15 de abril, mais de 100 000 salafistas iniciaram um protesto pela nomeação do governador de Qena, Emad Mikhail, um cristão copto. Os extremistas bloquearam estradas, detiveram os ônibus e pararam a principal linha de trens do alto Egito durante oito dias. Ali ameaçaram assassinar o governador Mikhail.

Paul Marshall explica também que para os salafistas, o novo governador "não implementará a lei islâmica". "Nunca seremos regidos por um cristão, além disso Mikhail é um porco", aclamavam.

Estes extremistas muçulmanos também atacam outros grupos do Islã como os xiitas, que foram alvos de agressões, assassinatos e perseguição. No dia 30 de março, por exemplo, mataram outro muçulmano por não rezar à hora devida.

Em sua aparência física, os salafistas se distinguem porque os homens usam barba e as mulheres têm o rosto totalmente coberto. Procuram emular a "piedade" das primeiras três gerações de muçulmanos. Daí vem o seu nome, já que "Salaf" significa "predecessor" ou "antepassado".

Na segunda-feira 9 de maio, várias centenas de manifestantes reclamaram ao Conselho Supremo das Forças Armadas, que governa o Egito desde a renúncia do presidente Hosni Mubarak, que garanta o amparo dos cristãos e castigue os responsáveis pelo ataque de dois dias atrás contra os cristãos coptos perpetrado pelos salafistas, que terminou com um saldo de doze mortos e centenas de feridos.

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