quarta-feira, 30 de março de 2011

'Não vou parar de escrever', diz blogueiro baleado no Rio Ricardo Gama segue internado, sob escolta da PM e sem previsão de alta. Ele disse não ter dúvidas que disparos foram feitos por retaliação ao blog.

Ricado Gama foi baleado em Copacabana e segue internado 
(Foto: Reprodução / TV Globo)
Ricado Gama foi baleado em Copacabana e segue
internado (Foto: Reprodução / TV Globo)
"Não vou parar de escrever", disse, em entrevista ao G1, o blogueiro Ricardo Gama. Internado desde o último dia 23, quando foi baleado em Copacabana, ele está sob escolta de dois policiais militares durante 24h na porta do quarto do hospital. Ele deixou a UTI neurológica da unidade na manhã desta quarta (30) e está no quarto.
“Estou pensando em voltar (a escrever) hoje mesmo. Não vou parar de escrever não. Vou tomar meus cuidados e continuar”, disse ele.
Uma das primeiras precauções tomadas por Ricardo será comprar uma bicicleta ergométrica para pedalar dentro de casa e não ter que ir mais à academia de ginástica. Foi neste trajeto, que ele fazia diariamente para ler os jornais enquanto se exercitava, que o advogado levou quatro tiros.
“A rotina a partir de agora vai mudar”, afirmou ele, que teme ficar sem segurança a partir do momento em que deixar o hospital. Os PMs que fazem sua escolta foram enviados pela Secretaria de Segurança Pública, mesmo sem a solicitação do blogueiro.
“Vou ver como faço isso. Vou na secretaria de Segurança, moro em frente ao batalhão, posso pedir uma viatura para passar. Sei que não posso ser privilegiado, não sei como fazer, mas vou tentar. É complicado ficar sem isso”, ponderou.
Retaliação
Ricardo diz ter certeza de que os disparos foram feitos por retaliação ao blog, onde posta vídeos, fotos e texto, criticando políticos, traficantes, grupos organizados, além dos problemas da cidade. “Que foi por causa do meu blog eu não tenho a mínima duvida. Já vinha recebendo várias ameaças. Mas nunca esperava que fosse chegar a esse ponto”, contou.
Ele ressaltou que, no Bairro Peixoto, onde mora, nunca teve preocupação com a violência, pois o local tem policiamento constante, por conta da proximidade com o batalhão. “Sempre fui um cara precavido. Já fiz muitos flagrantes, andava na rua com muita atenção em tudo, sempre fiquei procurando coisa errada. Mas lá não tinha essa precaução, então, foi muito inesperado”, disse.
‘Minha cabeça queimava muito’
Do momento do crime, Ricardo diz que só se lembra de ter comprado os jornais e, quando virou para seguir para a academia, ouviu um estouro “como se fosse uma bomba”: “Depois do barulho, caí no chão. Lembro da cabeça queimando. As pessoas começaram a chegar. Uma senhora colocou a mão na minha cabeça e começou a rezar, comecei a gritar, pedir a ajuda.
Sua mulher, grávida de nove meses, e o porteiro foram avisados e levaram Ricardo para o hospital. O blogueiro tem uma filha de 1 ano e meio e um filho de três anos. No próximo dia 15, segundo ele, nascerá mais uma menina. “Nasci de novo. Os médicos falaram que eu tive recuperação inédita. Agora comemoro dois aniversários”, brincou.
Cirurgia no maxilar
Na noite de segunda-feira (28), o blogueiro passou por uma nova cirurgia para fixar o maxilar. Segundo hospital, Ricardo passa bem. Ele deixou a UTI neurológica da unidade na manhã desta quarta e está no quarto. Ainda não há previsão de alta.
Anteriormente, o hospital havia informado que Ricardo tinha sido baleado com três tiros. Nesta quarta, o blogueiro afirmou que foram quatro balas: duas na cabeça, uma no peito e uma no braço – essas suas últimas ainda não foram retiradas.

Carro identificado
Com as imagens de câmeras de segurança de prédios da região, a polícia conseguiu identificar, na terça, o carro usado pelo suspeito de ter feitos os disparos. De acordo com o delegado adjunto Bruno Gilaberte, da 12ª DP (Copacabana), agora será mais fácil chegar ao autor dos disparos.
“As imagens mostram o carro seguindo, monitorando a vítima, no curto trajeto da casa dela até a Travessa Moacyr Deriquem, onde ocorreram os disparos. Não temos imagens do momento dos tiros. Agora, vamos esperar o Ricardo Gama se recuperar para ouvi-lo novamente”, disse o delegado, que espera ter elementos suficientes para concluir a investigação ainda esta semana.


FONTE G1.

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