quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Papa e os "papa-anjos"






Weslley Talaveira -
Homens considerados acima de qualquer suspeita que cometem um dos crimes mais crueis da humanidade. Assim posso definir os padres que cometem pedofilia. Homens que deveriam cuidar da vida espiritual de pessoas humildes das periferias desse país aproveitam sua reputação e posição para abusar de meninos e meninas que mal tem como se defender.

Isso ficou muito claro com uma denúncia feita pela TV, no programa do jornalista Roberto Cabrini do SBT. Cabrini e sua equipe entrevistaram vários coroinhas que relataram casos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes de Arapiraca, segunda maior cidade do estado de Alagoas, com crianças e adolescentes. Um vídeo mostra um dos dois "monsenhores", Luiz Marques Barbosa, 82, no momento em que mantém relações sexuais com um jovem de 19 anos. A gravação foi feita em janeiro de 2009, ao que parece, por outro jovem que sofreu abusos.

O jovem contou que, desde os 12 anos, quando entrou para a Igreja, era alvo do assédio sexual por parte do chamado "monsenhor". A denúncia ganhou repercussão no mundo e chegou ao Vaticano, onde o porta-voz da Santa Sé Frederico Lombardi manifestou-se dizendo que os padres alagoanos já haviam sido afastados. "Foi confirmado que nenhum dos três envolvidos era bispo. Um deles foi afastado da paróquia e será julgado pela justiça civil", disse o padre Lombardi, citado pelas agências de notícias France Presse e Ansa.

Os outros dois foram suspensos de suas tarefas eclesiásticas e estão sendo submetidos a um "processo canônico" por suspeita de pedofilia, mas até agora negam tudo.


Na semana passada o Papa Bento XVI divulgou uma carta aos fieis da Irlanda, país que vem sofrendo com padres pedófilos, onde diz se "envergonhar" com os crimes cometidos pelos sacerdotes. Mas nada disse sobre outras lideranças católicas que trabalharam para acobertar os "pecados" de seus pares. O Papa fez apenas declarações vagas e direcionadas a um único país, sendo que católicos de todo o mundo vem denunciando atrocidades.

Não, não sou católico nem nunca fui. Para ser sincero nunca entrei num templo católico, mas admiro a função do padre. Além de serem pessoas que tem uma preparação teológica admirável, geralmente são homens que sentem a vocação religiosa. É por esses que o Papa, a quem admiro muito apesar de não o ver como líder espiritual, poderia ter sido um pouco mais duro em seu pronunciamento. A Igreja precisa mostrar que nem todos os padres estão na Igreja com a intenção de acariciar meninos, assim como nem todos os pastores evangélicos tem a intenção de roubar pobres. Mas como é de praxe na religião, acobertaram os erros. Toda religião tem essa cultura de encobrir os podres de suas lideranças, com o medo de "difamar um ungido de Deus". Enquanto isso, pessoas sofrem nas mãos de crápulas.




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