sábado, 1 de janeiro de 2011

ANJOS - HIERARQUIA


 
Algumas passagens da Bíblia Sagrada deixam entender que há uma hierarquia entre os anjos.

Na epístola aos Colossenses a posição hierárquica dos anjos está em ordem decrescente: tronos, soberanias, principados e potestades, enquanto em Efésios a mesma graduação é mencionada em ordem crescente: principados, potestades, poder e domínio. Conclui-se que essas posições hierárquicas de autoridade entre os anjos ocorrem devido às suas diferentes funções exercidas no céu.

GABRIEL
O nome Gabriel no hebraico significa literalmente “homem de Deus, varão de Deus”.

Ele aparece quatro vezes na Bíblia, e sempre em missões específicas (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19; 1.26). No Antigo Testamento, Gabriel aparece apenas no livro de Daniel, como mensageiro celestial para revelar eventos futuros ou escatológicos (Dn 8.19; 9.24-27).

No Novo Testamento, Gabriel ressurge somente na narrativa de Lucas que descreve o nascimento de Jesus. Também como mensageiro angelical que anuncia grandes eventos: o nascimento de João Batista (Lc 1-11-20) e de Jesus (Lc 1.26-38). Também é apresentado como aquele que “assiste diante de Deus” (Lc 1.19), o que evidência sua relação pessoal com o Criador. Destes casos se conclui que Gabriel é o portador das grandes mensagens divinas aos homens. Podemos concluir que na Bíblia Gabriel é o anjo mensageiro.

Não é somente nas Escrituras Sagradas que podemos encontrar referências a este ser celestial. Os manuscritos descobertos nas grutas de Qumrã comprovam o interesse dos essênios por anjos. Gabriel é um dos quatro nomes angelicais escritos nos escudos dos Filhos da Luz enquanto saem para a batalha. Os Targuns introduzem Gabriel nas narrativas bíblicas como aquele que guia José para encontrar-se com seus irmãos (Gn 37.15), que enterra Moisés (Dt 34.6) e destrói o exército de Senaqueribe (2 Cr 32.21).

MIGUEL
O nome Miguel é de origem hebraica e significa literalmente “quem é como Deus, que é semelhante a Deus”.

Ele é mencionado com aquele que se levanta, provavelmente em defesa do povo de Israel. “Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia” (Dn 10.13). Neste mesmo sentido, o versículo 21 fala de “... Miguel, vosso príncipe”.

Miguel, diferentemente dos demais anjos, é descrito no Novo Testamento como um arcanjo, “Miguel o arcanjo” (Jd 9), o vocábulo oriundo do grego Arkhangelos, de arkhoo, “governo, chefe, líder”, angelos, “anjo mensageiro”, e significa “líder ou chefe os anjos”.

Na Bíblia temos o entendimento que há apenas um arcanjo, Miguel. Ele é o único ser citado como arcanjo. Se é o único, talvez venha a ser aquele a falar na segunda vinda de Senhor: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.” (I Ts 4.16). Em Apocalipse 12.7-9 aprendemos mais sobre a capacidade de comandar e guerrear do arcanjo Miguel: “E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele".

QUERUBINS
O vocábulo Kerubiym é a forma plural do hebraico Kerub. Seu correspondente grego é Kheroubin. Não se sabe ao certo se este termo significa uma posição especial ou um serviço exaltado rendido por aqueles que levam este nome.

Aparecem pela primeira vez na entrada do Jardim do Éden, incumbidos de guardar o caminho para a árvore da vida depois que o homem foi expulso do jardim (Gn 3.24). Uma função semelhante foi creditada aos dois querubins dourados, sobre a Arca da aliança, no Santo dos Santos do Tabernáculo no deserto, embora em figuras de ouro, foram postos em cada extremidade do propiciatório (a tampa que cobria a Arca no santíssimo lugar – Ex 25.17-22; Hb 9.5), onde simbolicamente protegiam os objetos guardados na Arca e proviam com suas asas estendidas, um pedestal visível para o trono invisível de Deus (Sl 80.1; 99.1).

Também foram bordados querubins nas cortinas do tabernáculo, bem como estampados nas paredes do Templo (Êx 26.31; 2Cr 3.7).

Profeta do cativeiro babilônico, Ezequiel se refere a esses seres chamando-os pelo seu título dezenove vezes. Os quatro seres viventes mencionados pelo profeta são querubins (Ez 1.5, 13-15; 3.13; 10.14-15).

O principal propósito deles é proclamar e proteger a gloria, a soberania e a santidade de Deus. Severino Pedro nos informa que existe uma característica dupla nesses seres viventes denominados querubins: “Eles são chamados de querubins” e como tais desempenham dupla função, isto é, são guardas celestiais (Gn 3.24), e ao mesmo tempo eles desempenham a função de serafins (os componentes do coro angelical) que clamam dia e noite: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos: toda terra está cheia da sua glória” (Is 6.1-6; Ap 4.8).

Satanás pertencia a essa classe de seres espirituais conforme implícito no texto de Ezequiel 28.14-16: “Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim guardião, do meio das pedras afogueadas”.

SERAFINS
O termo hebraico Serafiym é a forma plural de Saraf, que significa “abrasadores”.

A única menção a esses seres celestiais nas Escrituras Sagradas localiza-se no livro do profeta Isaías (Is 6.3). São vistos pelo profeta como colocados sobre o trono de Deus, tendo cada um seis asas. Ocupam-se do louvor a Deus.

ANJO DO SENHOR
Um ensino de grande importância, que por sua vez causa muita confusão entre os cristãos, está estritamente relacionado com as aparições de um anjo denominado “Anjo do Senhor”. A maneira pela qual esse anjo é descrito distingue-o de qualquer outro ser criado. Este anjo aparece inúmeras vezes no Antigo Testamento. Vale lembra que a palavra anjo significa simplesmente “mensageiro”. Porém, encontramos várias passagens na Bíblia onde o Anjo do Senhor é chamado de “Deus” ou “Senhor”. Confira em: Gn 22.9-12; 32.20; Êx 3.2-4; Jz 6.21-24; 13.16-22.

O Anjo do Senhor apareceu a Hagar quando esta fugia da casa de Abraão (Gn 16.7-14). Quatro vezes nesta passagem a expressão “Anjo do Senhor” é usada, mas no versículo 13 lemos: “E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?” Hagar reconheceu esse “Anjo do Senhor” como o próprio Deus.

Ele aparece a Abraão quando este ia sacrificar seu filho Isaque (Gn 22.11-18). Foi Deus que ordenou a Abraão o sacrifício de seu filho e, quando ele levantou a faca para matá-lo “O anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único filho.” O “me” refere-se inegavelmente a Deus.

Ele aparece a Moisés na sarça ardente, mas que não se consumia (ex 3.2-5). Nesta passagem, lemos no versículo 2 “Apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo no meio de uma sarça...”. No versículo 4 esta mesma pessoa é chamada de “Deus”: “... Deus do meio da sarça, o chamou, e disse: Moisés, Moisés...

Ele se manifestou a Gideão enquanto este malhava o trigo no lagar, ocultando-se dos midianitas (Jz 6.11-23). No versículo 12 lemos sobre o “Anjo do Senhor” aparecendo a Gideão. No versículo 14 é dito: “Então se virou o Senhor para ele e disse: vai nessa tua força...

Em Juízes 13.2-23, temos várias descrições de visitas do “Anjo do Senhor”, “Anjo de Deus” e “homem de Deus” a Manoá e sua mulher. Essas expressões são usadas doze vezes sobre esse alguém, mas no versículo 22, lemos: “Disse Manoá a sua mulher: Certamente morreremos, porque vimos a Deus.”

O livro de 2 Reis 19.35 recapitula como o Anjo do Senhor destruiu em uma Noite 185.000 soldados assírios, quando este exército sitiou Jerusalém.

Analisando essas passagens das Escrituras, uma das principais autoridades sobre história dos judeus, línguas e costumes do Antigo Testamento, Charles L. Feinberg, afirma que o “Anjo do Senhor” é a auto-revelação de Deus. Ele é o Senhor em pessoa, o Anjo do Senhor da história do Antigo Testamento é o Cristo pré-encarnado das muitas teofanias (manifestação de Deus) nos livros do Antigo Testamento.

Não se pode evitar a conclusão de que este Anjo misterioso não é outro senão o Filho de Deus, o Messias, o Salvador do Mundo, Jesus Cristo.

FONTE:
Módulo de Teologia da FTB – Doutrina dos Anjos
Fundamentos da Teologia Pentecostal – Ed Quadrangular

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