quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Governo de Israel e Google vão pôr Manuscritos do Mar Morto online

Os Manuscritos do Mar Morto, um dos mais importantes, misteriosos e protegidos tesouros arqueológicos do mundo, estão próximos de entrar no Google. O gigante da internet e o governo de Israel anunciaram nesta terça-feira um esforço conjunto para dar pela primeira vez a pesquisadores e aos internautas em geral um banco de dados digital com as relíquias.
Os manuscritos são uma coleção de documentos de dois mil anos em hebraico, aramaico e grego que revela a vida do povo judaico nos tempos bíblicos e na origem do cristianismo. Há anos especialistas questionam a dificuldade de acesso aos papéis.
Quando as imagens forem publicadas, daqui a alguns meses, qualquer um poderá examinar de graça cópias exatas dos manuscritos originais assim como traduções em inglês do texto. Funcionários do governo dizem que a coleção terá seções mais legíveis graças a novas tecnologias de infravermelho.
- Estamos unindo o passado e o futuro para que todos possamos compartilhá-los – disse Pnina Shor, funcionária da Agência de Antiguidades de Israel.
Os Manuscritos do Mar Morto foram descobertos no fim dos anos 40 em cavernas no deserto da Judéia e são considerados uma das maiores relíquias encontradas no último século. Após a descoberta inicial, milhares de outros fragmentos foram encontrados em 11 cavernas próximas. Cerca de 30 mil pedaços foram fotografados. Juntos, eles foram mais de 900 manuscritos.
Por décadas, o acesso a 500 manuscritos era limitado a pequenos grupos de pesquisadores com autorização de Israel para montar o quebra-cabeças, traduzir e publicá-los. Isso mudou nos anos 90, quando a maior parte do texto foi publicado em forma de livro. Mas mesmo hoje o acesso é restrito ao Museu de Israel, em Jerusalém, onde os originais são preservados em uma sala escura, com temperatura controlada.
Shor disse que os pesquisadores devem receber permissão para ver os manuscritos do governo, que recebe um pedido por mês. A maioria dos pedidos é aceita, mas como apenas duas pessoas podem entrar na sala por vez, há conflitos de agenda. Os pesquisadores têm direito a três horas com o fragmento pedido, que é visto por trás de um vidro. Com os manuscritos online, o acesso será muito facilitado.
Os textos hoje estão disponíveis em um livro de fotografias de 39 volumes, que muitos criticam por ser caro e pesado. Shor explica que a versão online foi feito com câmeras infravermelhas da Nasa, que deixam as imagens mais claras que os textos originais e recupera até mesmo trechos que desbotaram com o tempo. A parceria faz parte da iniciativa do Google de catalogar artefatos históricos online.
- Existem artefatos em caixas, em porões de museus e nos questionamos quanto disso está disponível na internet. A resposta é não muito e não o bastante – afirma Yossi Matias, do Google-Israel.
O Google já trabalho para publicar online livros antigos de universidades europeias e imagens de descobertas arqueológicas no Iraque. Esse projeto é diferente, diz Matias, pois o acesso aos manuscritos pode levar a novas interpretações dos textos muitos discutidos e populares. Segundo Shor, uma exibição de três meses de fragmentos dos manuscritos nos EUA atrai cerca de 250 mil pessoas.
Parte dessa fascinação vem do mistério envolvendo os manuscritos. Ninguém sabe quem copiou esses textos antigos ou como eles chegaram naquelas cavernas. Eles incluem partes da bíblia hebraica e tratados sobre a vida em comunidades e guerras apocalípticas.
As origens dos manuscritos geram muitos debates entre pesquisadores. Alguns acreditam que os essenos, uma seita monástica ligada ao início do cristianismo, teriam escondido os textos durante a revolta judaica em 1 d.C. Outros afirmam que eles foram escritos em Jerusalem e levadas para as cavernas em Qumran por refugiados judeus que fugiam dos romanos.
- No momento em que tudo isso estiver online, não haverá mais a necessidade de expor os manuscritos. Qualquer um em seu escritório ou sofá poderá clicar e estudar qualquer fragmento – diz Shor.

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